Roberto Campos Neto é o favorito para substituir Guedes no Ministério da Economia

Conheça Roberto Campos Neto, novo presidente do Banco Central

Campos Neto derrubou os juros e está muito prestigiado

José Carlos Werneck

O atual presidente do Banco Central encabeça a lista de favoritos para ser o novo titular da Economia, caso o presidente Jair Bolsonaro resolva demitir o ministro Paulo Guedes. Embora a demissão do ministro da Economia esteja só no terreno das especulações, se ela se concretizar, o nome do presidente do BC é o mais falado em Brasília.

O motivo de tantas especulações foram os comentários do ministro Guedes pelos obstáculos às reformas e o aviso do risco de um eventual processo de impeachment do presidente da República, caso o Governo ignore o teto de gastos previstos em lei.

CLIMA TENSO – As relações de Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia ficaram tensas, principalmente porque notadamente se entrechocam a intenção do presidente pela reeleição e a defesa de Guedes do teto de gastos e das reformas.

Bolsonaro miniminiza a polêmica afirmando que há uma unidade entre ele e seus ministros, mas muita gente acredita que a demissão de Guedes está sendo cogitada.

Em Brasília, observadores são unânimes ao afirmarem que, qualquer que seja o Ministro da Economia, o importante é manter inalterada a atual política de juros baixos e aplaudiram as declarações de Bruno Serra, diretor de Política Monetária do Banco Central.

DISSE SERRA – O diretor do BC afirmou que, no lado da política monetária, “é decisivo para manter os avanços que consigamos trabalhar com juros tão baixos por conta da inflação estar alinhada com a meta”, ressaltando que o Brasil “já viu as consequências de não ter um regime fiscal de pé”, quando expandiu os gastos públicos de forma desenfreada e, por conta disso, acabou entrando em um ciclo de queda da atividade econômica e alta da inflação e dos juros. Para ele, até o câmbio pode ficar menos volátil quando os investidores tiverem a certeza de que o Brasil vai retomar o ajuste fiscal após a pandemia.