A professora, escritora, tradutora e poeta gaúcha Lya Fett Luft, no poema “Auto-Retrato”, mostra que é uma intelectual revolucionária, pois defende a igualdade de gêneros também na literatura.
AUTO-RETRATO
Lya Luft
Alguém diz que sou bondosa:
está tão enganado que dá pena.
Alguém diz que sou severa, e acho graça.
Não sou áspera nem amena:
estou na vida como o jardineiro
se entrega em cada rosa:
corte, sangue, dor e aroma
para que a beleza fique na memória
quando a flor passa.
(Amar é lidar com os espinhos de quem ama por inteiro: com força, não com fraqueza.)