Moro evita falar sobre candidatura em 2022

Em entrevista concedida à GloboNews na noite deste domingo, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro evitou falar sobre uma possível candidatura sua em 2022 e, questionado duas vezes sobre o assunto, não negou que possa se lançar candidato.

“O que eu tenho, posso assegurar, é que eu gostaria e quero continuar participando do debate público. Para tanto, eu não preciso ter um cargo, eu posso continuar falando”, disse.

O ex-ministro afirmou que deseja “contribuir para o país”. “Eu quero continuar a contribuir para o país de alguma forma, para que a gente possa avançar. Inclusive quando eu faço críticas ao governo atual, que fique claro que eu quero fazer isso de uma maneira construtiva pra gente poder avançar”, disse.

Ao ser questionado sobre a candidatura, ele citou políticos que poderiam estar cacifados para a disputa presidencial, como o governador de São Paulo João Dória (PSDB), mas não descartou uma candidatura. Moro também voltou a dizer que o governo Bolsonaro não se empenhou em bandeiras de combate à corrupção e disse que se sentia “incomodado” com o que chamou de “postura negacionista” do governo em relação ao coronavírus.

Questionado sobre sua relação com o governo, Moro admitiu que cogitou deixar o cargo de ministro da Justiça em outros momentos, como durante a primeira crise entre o presidente Jair Bolsonaro e a Polícia Federal, em agosto do ano passado, e quando o presidente não acolheu suas sugestões de vetos ao pacote anticrime.

“Nós tínhamos até um acordo com o Senado pra manter esses vetos. Ali também foi um momento que eu pensei seriamente em sair”, afirmou.

Moro disse ainda que as operações da PF contra desvios no combate ao coronavírus foram estruturadas ainda durante a sua gestão e classificou os casos de “lamentáveis”.

“Por mais lamentáveis que possam ser esses fatos, eles nos dão uma lição. combater a corrupção salva vidas, você tem mais recursos para serem usados de maneira mais eficientes com a população”, disse.