50 anos das conquistas do Tri e da Jules Rimet (II).  Por FRANCISCO DACAL

 Por FRANCISCO DACAL – Escritor e administrador de empresas

    O futebol é um esporte de transcendentes emoções. Vai além dos estádios e das épocas. Nesse momento, estamos a sentir. Várias são as lembranças e demandas sobre a Seleção Brasileira do Tri, impossível de caber num único artigo, onde, 50 anos após, a realidade e o imaginário já se confundem. Durante a Copa do Mundo de 1970 no México, a Canarinha era embalada por… “Noventa milhões em ação / pra frente Brasil / no meu coração / todos juntos vamos / pra frente Brasil / salve à Seleção!”… Agora somos mais de duzentos milhões, desfrutando, com orgulho, de uma página heroica.

    O Tricampeonato Mundial foi consequência do planejamento, preparação, estratégia e de uma geração de jogadores da mais alta qualidade técnica, comprometidos, integralmente, com os desafios de ganhar a Copa. Os registros finais são de recordes e fatos singulares, que veem demonstrar o porquê do encantamento dessa jornada e da Seleção do Brasil de 1970.

    Foi a primeira seleção Tricampeã. Invicta, venceu todos os jogos que disputou.

    Ganhou as partidas contra as três ex-campeãs mundiais que cruzaram seu caminho: Inglaterra, Uruguai e Itália. 

    Jairzinho, apelidado o Furacão da Copa, pela forma arrasadora com que vencia os adversários, fez gol em todos os jogos da Seleção. Sete, no total, sendo dois contra a Tchecoslováquia. Único jogador a realizar este feito em Copas do Mundo.   

    Pelé, com a Copa de 70, ganhou o seu terceiro título mundial de seleções, entre as quatro Copas disputadas. Nesta, anotou quatro gols e fez assistências para outros seis gols. Marcas inigualáveis. Foi eleito o melhor jogador da Copa. Com tudo, o Rei do Futebol veio a tornar-se o melhor jogador de todos os tempos.

    Rivelino, apelidado “A Patada Atômica”, impressionou pela potencia e precisão dos seus chutes. Marcou três gols.

    Gerson, o maestro, realizou três assistências (lançamentos), por cobertura, que redundaram em gols. Inédito. Foi eleito o segundo melhor jogador da Copa tendo disputado apena três partidas.

    Tostão, o centroavante que inspirou o atual falso 9, marcou dois gols e deu assistências para outros dois.

     Na faixa mais adiantada da Seleção, cinco jogadores usavam a camisa 10 em seus clubes: Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson e Rivelino.

     No quarto do gol do Brasil, na goleada por 4 x 1 sobre a Itália, nove jogadores tocaram na bola, do início à conclusão: Tostão, Everaldo, Piazza, Gerson, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Pelé e Carlos Alberto, que marcou. Somente Brito e Felix não tocaram na Bola. Este gol é considerado a mais perfeita jogada de todas as Copas.

    Sete jogadores dos onze titulares da Canarinha marcaram gols durante a Copa: Jairzinho, Pelé, Tostão, Rivelino, Clodoaldo, Gerson e Carlos Alberto. Recorde.

    A seleção dos melhores jogadores da Copa do Mundo de 1970 foi formada com a participação de seis jogadores brasileiros: Carlos Alberto, Piazza, Gerson, Jairzinho, Pelé e Rivelino.

    No último dia 21 de junho, a imprensa internacional não economizou em enaltecer os 50 anos da Copa do Mundo de 1970 e as conquistas do título de Tricampeão e da Taça Jules Rimet, definitivamente, pela Seleção Brasileira. O epílogo dessa bela história pode ficar retratado numa manchete de capa do El País da Espanha: Eterno Brasil e Eterno México 70.