A IDEOLOGIA DO MEDO. Por José Nivaldo Junior

Resultado de imagem para jose nivaldo junior   Por  José  Nivaldo  Júnior  – Consultor em comunicação,advogado,historiador, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras.  

Divide e reinarás. Amedronta e triunfarás. Alguém já disse isso dessa forma? Não sei. A certeza que tenho é de que o medo não apenas acompanha os seres humanos desde a sua origem. Também é uma das mais poderosas ferramentas para o controle das sociedades. É uma das principais portas para a entrada do autoritarismo no cenário político.

PÂNICO ANESTESIA

Pessoas em pânico, tendem a aceitar qualquer medida que lhes forneça ao menos conforto espiritual. Quanto maior o medo, mais tênue a capacidade de reflexão. Menor é o espírito crítico. O terror paralisa e anestesia. Pessoas e coletividades.

LIÇÕES DA HISTÓRIA

Aterrorizadas, as pessoas imaginam bruxas e saem em seu encalço. Ou atribuem poderes maléficos aos que pensam diferente. Os chamam de hereges. Dizem que tem pacto com o demônio. Pessoas normais se deleitam vendo o semelhante arder na fogueira das inquisições. O medo é mais contagioso que qualquer vírus.

A IGNORÂNCIA CULTA

Coisas inimagináveis acontecem com os povos mais cultos. Digo em algum lugar de “Maquiavel, o Poder” que o maior genocídio do século XX não foi cometido por algum povo subdesenvolvido nos confins do globo. Foi praticado pelo povo alemão, provavelmente o mais culto é bem informado do seu tempo. Em nome de uma suposta supremacia racial, seis milhões de judeus foram condenados à iniquidade dos campos de concentração. Toda a sociedade alemã sabia o que estava acontecendo. O medo fala mais alto que a razão.

PAVOR AMPLIADO

Desta vez, não foi preciso fabricar inimigos para criar o pânico. O vírus se encarregou dessa tarefa em escala global. O que diversos governantes estão fazendo, ao longo do planeta, é aproveitar a situação para exacerbar o pavor. Fazem isso para esconder suas próprias incompetências para lidar com a situação. Ou, quem sabe, alcançar objetivos inconfessáveis, no atacado ou no varejo.

DÓCEIS CORDEIROS

Tenho conversado com muita gente, através do meu smartphone. Percebo nas redes sociais o pavor causado por uma doença que realmente é terrível. A classe média está aterrorizada. Não quer pensar. Não quer ouvir opiniões divergentes. Prefere ir para o matadouro com a confortável certeza de que está a caminho do paraíso.

O ARBÍTRIO CONFORTA

Quanto mais arbitrárias as medidas, quanto mais absurdas as determinações, mais fáceis de serem engolidas. É o paradoxo que alimenta superstições, crendices e multidões dóceis ante determinações irracionais. As pessoas não querem pensar. Preferem obedecer.

PONTA DE FACA

Nesse ambiente, o pensamento único entra nas mentes como faca na melancia. Isso não nos abate. Pelo contrário. Vamos continuar nossa luta. Preferimos a busca da verdade aos aplausos fáceis ou o silêncio cúmplice. A verdade incomoda. Mas, conforme o preceito bíblico, é a chave da libertação.

MISSÃO E SUBMISSÃO

As principais teses que defendemos sobre a pandemia vão sendo demonstradas dia a dia. Já prevalecem nos ambientes científicos, técnicos e políticos mais sérios. Mais comprometidos com a coletividade do que submissos a corporações poderosas que mandam no planeta.