Rússia retira militares da Venezuela e pode abrir caminho para transição

Por Marcelo Rech

Brasília – A Rússia pode estar abrindo caminho para uma transição negociada na Venezuela, após anunciar a retirada do seu pessoal militar daquele país. De acordo com informação repassada por Moscou aos Estados Unidos, uma das razões seria a falta de pagamento por parte do governo venezuelano.

O governo de Vladimir Putin notificou, formalmente, a Casa Branca que a maioria dos militares assinados para ações de apoio e assessoramento, estão retornando. Washington interpretou a medida como um compromisso de Moscou em facilitar uma negociação que implique na saída de Nicolás Maduro do poder.

Fontes do Pentágono asseguraram que também executivos e trabalhadores russos da estatal Rostec, estão deixando a Venezuela. Os militares norte-americano estimam em mais de mil russos destacados para assessorar o regime de Maduro. A saída da Rússia torna ainda mais frágil o regime já apertado pelas fortes sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.

No início do ano, a China já dialogava com emissários oposicionistas na Venezuela. Pequim considera uma questão de tempo a queda de Maduro. Com as operações militares no Caribe venezuelano, implementadas pelo Comando Sul do Exército norte-americano, os negócios ilícitos com drogas e ouro também estão sendo impactados e até os narcotraficantes começam a abandonar a Venezuela.

À época de Hugo Chávez, a Venezuela adquiriu grandes quantidades de material bélico da Rússia, como sistemas de mísseis S-300, helicópteros Mi-17, Mi-26 e Mi-35, tanques T-72, além de 12 aviões de caça Sukhoi. Em março, o Kremlin enviou três aviões militares com 100 soldados e material para recalibrar o sistema de mísseis, trabalho que já teria sido concluído.

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