NÃO ESTAMOS EM ANO ELEITORAL.  Por  José  Nivaldo  Júnior

Resultado de imagem para jose nivaldo junior   Por  José  Nivaldo  Júnior  – Publicitário,advogado,historiador, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras.   

As pessoas, principalmente as que ocupam os mais altos cargos, não gostam de receber críticas, reparos, sequer sugestões. Por isso, o diálogo fica tão difícil e o entendimento distante. Justo no momento em que deveríamos estar todos juntos para enfrentar o inimigo invisível que está devastando o mundo.

A JUSTIÇA ELEITORAL HABITA EM MARTE

No meio de uma confusão dessas, a justiça eleitoral insiste em manter os seus prazos como se nada estivesse acontecendo.
Esta semana, foi um corre corre generalizado, reuniões sucesdivas porque chegou ao fim o prazo de filiações partidárias. Suspenderam o futebol. Mas o jogo político continuou a todo o vapor.

REFLETIR PARA ACERTAR O RUMO
O ano eleitoral impõe uma série de restrições à atuação do poder executivo municipal. Como os prefeitos vão conseguir atender situações de emergência, especialmente na saúde, economia e assistência social com as mãos atadas por regras draconianas?
Para quem está contaminado, o vírus não tem partido. Para quem está com fome, o pão não tem ideologia.

PROTOCOLOS E BUROCRACIAS
O Brasil vive amarrado a um cipoal de leis que nesta hora imobilizam o país. A rigor, todos são prisioneiros dos seus protocolos, estão acorrentados ao seu mundo particular de regras, normas, dispositivos.
Some-se a isso à mentalidade fiscalista que se instalou no país. Na prática, todo gestor é suspeito até prova em contrário. Um absurdo que, neste momento, virou ameaça ao bem-estar e até à sobrevivência das pessoas.

O BRASIL DA FANTASIA
É tradicional a distância entre o que se decide em Brasília ou nos palácios estaduais e a mesa do pobre. Os de cima governam para um mundo irreal. Essa distância é a receita para o caos, caso o vírus se alastre e a necessidade do confinamento prossiga por semanas, talvez meses.
Um exemplo patético: o ministro Paulo Guedes anunciou na televisão que sua prioridade era garantir uma blindagem jurídica para os atos de atendimento à população. Através de uma PEC. Se este for o caminho, bote tempo.

A HORA DO BOM SENSO
Tenho em mão documentos de orientação para os gestores públicos que tem tantos considerandos, pressupostos, citações legais que ninguém consegue decifrar.

CASOS DRAMÁTICOS
Ouvi relatos de casos dramáticos: a merenda escolar está se deteriorando e os representantes locais do Ministério Público ameaçam prender prefeitos por “abuso do poder econômico em ano eleitoral” caso distribuam para os famintos alunos da rede pública. Cestas básicas já compradas mofam nos depósitos pela mesma razão. Enquanto isso, aumenta a fome e a impaciência do povo.

ESTADO DE CALAMIDADE
Prisioneiros dos seus protocolos, do Presidente da República ao delegado municipal, a maioria das autoridades ao invés de ajudar está atrapalhando a ação das prefeituras, que lidam com o mundo real.

FORA BUROCRACIA
Depositem sem demora o dinheiro dos benefícios nas contas cadastradas. Mandem o dinheiro dos informais para os gestores que estão na frente de batalha. Parem de exigir providências sem disponibilizar os meios. Flexibilizem a burocracia infernal na saúde e no atendimento social.

ANO DA SOBREVIVÊNCIA
Nunca, nos últimos 100 anos, tantos lutaram pela direito de continuar vivos. Nesse contexto, autoridades em geral, por favor, pensem com grandeza no que restará do nosso país quando o pesadelo acabar.

ANO DE GUERRA
Pensem que simplicidade, confiança e objetividade podem evitar muitos efeitos colaterais dessa calamidade. Sejam generosos e tolerantes.
Afinal, não estamos em ano eleitoral. Estamos em ano de pandemia.