Bolsonaro proibe coletivas com Ministério da Saúde e vai concentrar informações sobre novo coronavírus

Planalto acaba com entrevistas do Ministério da Saúde e vai concentrar informações sobre novo coronavírus

Incomodado com o protagonismo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro decidiu acabar com as entrevistas coletivas concedidas diariamente pela equipe da pasta responsável pelo enfrentamento do novo coronavírus.

Com isso, os anúncios do governo federal, inclusive os da área da saúde, devem ser concentrados no Palácio do Planalto, também como uma forma de transmitir a imagem de união entre saúde e economia preconizadas pelo presidente no combate à crise.

A Casa Civil e a Presidência da República encaminharam essa determinação para todos os ministérios, numa tentativa de “alinhar a narrativa” do governo federal em torno do tema. Por isso, a decisão foi de concentrar os anúncios na figura do presidente.

Mandetta chegou ao Planalto no meio da tarde desta segunda-feira para se encontrar com o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Às 15h48, a Presidência convocou jornalistas para uma entrevista coletiva no Salão Oeste do palácio, com a participação de Mandetta, Braga Netto e dos ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Paulo Guedes (Economia) e André Mendonça (Advocacia-Geral da União).

O presidente convive hoje com especulações sobre a eventual demissão do ministro da Saúde, por divergências sobre a estratégia de combate à doença e a adoção do isolamento no país.

No sábado, Mandetta participou de uma coletiva em que manifestou apoio ao isolamento daqueles que podem ficar em casa. No domingo, Bolsonaro contrariou essas orientações e foi às ruas da Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal.