RETORNO DOS “PAULISTAS” TRAZ PERIGO DE CONTAMINAÇÃO

Resultado de imagem para jose nivaldo junior   Por  José  Nivaldo  Júnior  – Publicitário,advogado,historiador, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. 

Sou, na essência, um matuto. E me preocupo com tudo o que diz respeito ao interior.

Procuro manter sintonia fina com o que considero a alma do Brasil. Identifiquei um fenômeno imigratório está em curso do Estado e provavelmente, de forma menos visível, também na periferia da Região Metropolitana. O retorno de centenas de pernambucanos que foram para outros centros, principalmente São Paulo, em busca da sobrevivência.

O desemprego abalou o sonho, a pandemia destruiu de vez. A opção imediata é voltar.

Só que junto com os “filhos pródigos” chega o perigo da contaminação. A primeira coisa que os retornados fazem, antes de sequer lavar as mãos, é abraçar os entes queridos. E se estiverem contaminados, mesmo sem sintomas, podem passar adiante o vírus. Também se as vestes, sapatos, objetos, adereços estiverem portando o vírus e não forem manipulados adequadamente, a disseminação estará feita e a situação totalmente fora de controle.

PREFEITURAS TENTAM CADASTRAR. É DIFÍCIL.

Algumas prefeituras mais antenadas e ágeis já estão fazendo o cadastro para monitorar os retornados e realizando campanhas locais de esclarecimento, principalmente nos distritos e nos sítios, orientando sobre os procedimentos indicados. Só que as entradas são muitas e o transporte informal ou clandestino constituem as modalidades mais usadas.

Além disso, as pessoas se recusam a fornecer suas informações, sonegam das equipes de saúde o número dos seus celulares, instrumento fundamental para a eficácia do controle.

VIGILÂNCIA NAS FRONTEIRAS

Sabemos que nem os Estados Unidos, com todo o seu poder, conseguem controlar inteiramente suas fronteiras.

No entanto, o governador Paulo Câmara poderia instalar nas principais portas de entrada do Estado equipes especiais para cadastrar os passageiros do transporte coletivo ou comunitário. A operacionalização é mais simples do que parece e sequer atrasa o deslocamento ou provoca congestionamento nas fronteiras. Uma vez identificado o destino de cada um, as prefeituras serão informadas e já podem preparar melhor a recepção dessas pessoas, para evitar ou pelo menos atenuar o risco de contaminação. É uma medida simples que pode salvar muitas vidas.

FESTA NO INTERIOR

Enquanto as populações da metropolitana e das maiores cidades do Estado estão obedecendo as determinações governamentais, a maioria das cidades do interior ainda enfrentam forte reação. O povo e os comerciantes resistem a cumprir as ordens. Até porque, para muitos, ficar em casa é inviável.