Albert Serra expõe de modo contundente o prazer libertino de alguns aristocratas no ambiente bucólico de uma floresta, em 1774. Desconectados de valores morais, os personagens dão vazão a desejos através de práticas sexuais cruas e, em certos momentos, escatológicas. Revelam corpos ardentes por baixo das roupas suntuosas e conjugam sexo e violência com frisson.

A natureza desponta como elemento primitivo, característica que pode ser relacionada ao sexo, mas, durante quase todo o tempo, o silêncio e a tranquilidade do lugar contrastam com as imagens brutas dos corpos. A satisfação dos personagens está ligada tanto à participação nos jogos sexuais quanto à posição de voyeur.

Já o espectador desse filme de Serra tende a acompanhar tudo com considerável dificuldade. As cenas são escuras — potencializando a ideia de liberação do oculto, do clandestino —, pouco nítidas na primeira metade da projeção, explícitas na segunda. Além disso, o ritmo é bastante lento. O resultado, conduzido com apreciável rigor estético pelo cineasta (em parceria com Artur Tort, responsável pela fotografia), foi contemplado com o Prêmio Especial do Júri na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes.

Liberté
Sinopse: Três libertinos são expulsos da corte de Luis XVI e pedem apoio ao Duque de Walchen, livre pensador alemão que os abriga em um espaço no qual podem realizar livremente seus jogos libertinos, onde todos se entregam ao sexo sem limites.
Direção: Albert Serra
Elenco: Helmut Berger, Marc Susini, Iliana Zabeth
País de Produção: França/Portugal
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