Candidato de Morales se consolida na liderança das pesquisas para eleição presidencial

Arce tem 32% das intenções de voto, seguido por Mesa e Áñez; ex-ministro seria derrotado por opositores em possível segundo turno

LA PAZ — O candidato do ex-presidente Evo MoralesLuis Arce, lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais da Bolívia, no dia 3 de maio. O ex-ministro da Economia tem 32% de apoio eleitoral segundo pesquisa divulgada neste domingo, dias após o Tribunal Supremo Eleitoral boliviano invalidar a candidatura de Morales ao Senado.

Segundo a pesquisa do instituto Estudios y Mercados, o candidato do Movimento ao Socialismo (MAS) é seguido pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa — que ficou em segundo lugar na eleição anulada de 20 de outubro de 2019 —, com 23%. Em terceiro lugar está a autoproclamada presidente interina Jeanine Áñez, com 21%. Em seguida está o ultradireitista Luis Fernando Camacho, com 15%, que deixou sua candidatura em aberto para tentar unir os opositores do MAS em uma frente única, aumentando suas chances de derrotar Arce.

Nenhum dos outros candidatos conseguiu ultrapassar os 6% e a margem de erro é de 3 pontos percentuais. Na última pesquisa, divulgada pelo instituto Cies Mori há uma semana, Arce aparecia com 31,6%, Mesa com 17,1%, Áñez com 16,5% e Camacho com 9,6%.

Pela lei eleitoral boliviana, para que o pleito seja liquidado no primeiro turno, é necessário que um candidato ultrapasse 50% dos votos ou tenha mais de 40%, com uma vantagem superior a 10 pontos percentuais para o segundo colocado — algo que parece pouco provável neste momento. Segundo a pesquisa realizada entre os dias 14 e 17, Arce seria derrotado em uma eventual segunda rodada por Áñez, do Juntos, ou Camacho, da Comunidade Cidadã. O aliado de Morales, no entanto, venceria Camacho.

As eleições do dia 3 de maio foram convocadas extraordinariamente após a renúncia de Evo Morales, após quase 14 anos no poder. Morales consagrou-se vencedor no primeiro turno das controvertidas eleições de outubro, sendo eleito para um quarto mandato. Uma auditoria da OEA, no entanto, encontrou irregularidades que precipitaram sua renúncia no dia 10 de novembro, após protestos da oposição, uma greve da polícia e um ultimato militar.

Dois dias depois, o ex-presidente foi para o México, onde ficou por cerca de um mês antes de receber asilo da Argentina, dias após a posse do presidente Alberto Fernández. Sua renúncia foi acompanhada pela saída dos presidentes da Câmara e do Senado e de seus vices, abrindo uma vacância de poder que foi aproveitada por Áñez, então segunda vice-presidente do Senado, que seu autodeclarou presidente interina numa sessão sem quórum no Congresso.

Após muita Áñez, ela convocou as novas eleições para maio. Na última quinta-feira, o TSE confirmou sua negativa à candidatura de Morales, alegando que o ex-presidente não atendeu ao pré-requisito de “residência permanente” na circunscrição eleitoral de Cochabamba, pela qual seria candidato. A candidatura de seu ex-chanceler, Diogo Pary, também foi rejeitada.

Em seu Twitter, Morales criticou a decisão, chamando-a de “um golpe contra a democracia”. Segundo analistas ouvidos pelo GLOBO, no entanto, isto pode ser beneficial para Arce, fortalecendo o argumento de que Morales e seus aliados são alvos de uma perseguição política.

Fonte: OGlobo

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