Executiva Nacional do Podemos decide, por unanimidade, manter expulsão de Marco Feliciano

Feliciano abocanhou R$157 mil do erário sob alegação de “bruxismo”

Daniel Weterman
Estadão

A cúpula nacional do Podemos manteve a expulsão do deputado Pastor Marco Feliciano (SP), efetivando a sua saída do partido. A direção da sigla “aliviou”, porém, os motivos para expulsá-lo, deixando na justificativa apenas a infidelidade partidária pelo apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Após a decisão, tomada nesta segunda-feira, dia 6, na capital paulista, Feliciano disse ao Estadão/Broadcast que só espera um sinal de Bolsonaro para se filiar ao Aliança pelo Brasil. “Aguardando ordens do meu presidente”, afirmou.

IGREJAS – Vice-líder do governo no Congresso, Feliciano afirmou que, “se for preciso”, ajudará Bolsonaro a coletar assinaturas até mesmo em igrejas para efetivar a criação do Aliança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para ele, no entanto, é “difícil” o novo partido ser oficializado até o fim de março, a tempo de disputar as eleições municipais deste ano.

O Podemos, por sua vez, tenta se afastar do bolsonarismo para se consolidar como o “partido da Lava Jato” no Congresso. O comando da sigla espera agora atrair senadores que condicionavam suas filiações à saída de Feliciano.

EMENDAS PAGAS – Próximo a Bolsonaro, Feliciano foi o deputado federal que mais teve emendas parlamentares pagas pelo Planalto em 2019. Isso levou o Podemos a ser um dos partidos mais beneficiados no pagamento de recursos para redutos eleitorais. Com a saída de Feliciano, o partido pode perder participação na liberação de emendas.

O deputado foi expulso por decisão da direção do Podemos em São Paulo, no dia 9 de dezembro. Entre os motivos citados estavam os gastos de R$ 157 mil referentes a um tratamento odontológico do deputado. O valor foi reembolsado pela Câmara, como revelou o Estado.

SOMENTE INFIEL – No último dia 18, Feliciano recorreu da expulsão. Pediu, ainda, para que o motivo de sua saída do Podemos, caso ela fosse confirmada, constasse apenas como infidelidade partidária.

A presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), solicitou que os motivos da expulsão fossem alterados, após ter sido surpreendida pela extensão da decisão tomada pela seção paulista da legenda, comandada pelo vereador Mario Covas Neto, que se licenciou da cúpula do partido em São Paulo após o caso.

“ORGULHO” – “Reafirmo aqui que para mim é motivo de orgulho ser expulso do Podemos por defender o presidente Bolsonaro, que está mudando o Brasil para melhor”, afirmou Feliciano em nota. Como foi expulso, o deputado não corre o risco de perder o mandato na Câmara dos Deputados.

Feliciano apontou, ainda, a influência do líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), e do vereador Covas Neto em sua expulsão. “Covas Neto e Álvaro Dias só pensam em seus projetos pessoais e eleitoreiros, em detrimento dos interesses do Brasil e de São Paulo”, atacou o deputado.

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