Deu no New York Times
No Parlamento iraquiano, a aprovação da resolução que pede a saída dos militares americanos, por 170 votos, não foi unânime. Muitos dos 328 deputados, principalmente muçulmanos sunitas e curdos, se abstiveram de votar, pois defendem a permanência dos EUA.
Minutos antes da votação, a coalizão internacional que combate o EI liderada pelos EUA anunciou a interrupção do treinamento das forças de segurança iraquianas, temendo ataques a bases militares que abrigam suas tropas, em represália pelos assassinatos.
APOIO DOS EUA – Os soldados americanos fornecem apoio às forças iraquianas que buscam os integrantes do Estado Islâmico dispersos pelo interior do país, nos desertos e montanhas, depois que o grupo perdeu em 2017 o controle de Mossul, a maior cidade que havia conquistado. Eles também dão suporte às forças de países europeus que fazem parte da coalizão contra o EI.
Sem a inteligência e os recursos materiais dos EUA, as operações militares iraquianas contra o Estado Islâmico seriam afetadas, disseram especialistas ao New York Times.
Horas antes da resolução ser aprovada, a Chancelaria iraquiana convocou o embaixador dos Estados Unidos no país, Matthew Tueller, para denunciar “uma violação da soberania do Iraque” após o ataque que matou Soleimani.
VIOLAÇÃO DE SOBERANIA – Segundo o ministério do Iraque, “as operações militares ilegítimas realizadas pelos Estados Unidos são ataques e atos condenáveis que podem causar uma escalada de tensões na região e constituem uma violação de soberania”.
A Chancelaria também enviou reclamações oficiais para o secretário-geral da ONU, António Guterres, e para o Conselho de Segurança, em razão dos “ataques americanos, agressões a posições militares iraquianas e o assassinato de comandantes de alto nível iraquianos e aliados no solo do Iraque”.
Segundo o comunicado, os ataques são “uma perigosa violação da soberania iraquiana no que diz respeito à presença americana no Iraque.