Moro deve priorizar projeto “Em frente Brasil”

Após derrotas, Moro vai priorizar fase social de projeto para cidades em 2020. Ministério da Justiça deve concentrar sua atuação no próximo ano no programa de segurança pública “Em frente Brasil”.
Ministro Sergio Moro Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

Por O Globo 

Após dar prioridade em 2019 ao pacote anticrime — que trouxe avanços mas também frustração para o ministro da Justiça, Sergio Moro, com a criação do juiz de garantias —, a pasta do ex-juiz da Lava-Jato deve concentrar sua atuação no próximo ano no programa de segurança pública “Em frente Brasil”, presente desde setembro em cinco municípios. Depois de quatro meses com foco em repressão e quedas nos índices de criminalidade, a pasta planeja, para o início de 2020, a integração de ações policiais com medidas sociais, com a participação de outros ministérios.

O programa representa o braço de atuação local do ministério na segurança pública, e os resultados têm sido bem avaliados por Moro. A ideia é expandir a atuação no próximo ano, conjugando também ações em parceria com governos estaduais e municipais, como abertura de vagas em creches e escolas, reforço na atenção básica à saúde, melhorias na iluminação pública e capacitação de jovens em busca do primeiro emprego. Outra frente a ser administrada por Moro é a pressão pela ampliação do programa a outros municípios. Angra dos Reis (RJ), por exemplo, vive uma crise de violência e pleiteia sua inclusão entre os beneficiados.

A pasta de Moro renovou nesta semana a atuação da Força Nacional de Segurança por mais 180 dias nos municípios que fazem parte do programa atualmente: Ananindeua (PA), Cariacica (ES), São José dos Pinhais (PR), Goiânia (GO) e Paulista (PE). A atuação conjunta de policiamento e ações sociais vai começar por Cariacica, em janeiro. As outras cidades virão na sequência.

Os municípios tiveram, em conjunto, 43% de homicídios a menos e queda de 28% nos roubos do início do programa até a primeira semana de dezembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Moro tem destacado também a queda no índice de assassinatos no país: 22% de janeiro a agosto, em relação a 2018.

— Iniciado esse ciclo virtuoso de redução de crimes, é nossa responsabilidade não deixar a maré mudar. Temos que intensificar essas reduções — disse Moro, em evento da Frente Parlamentar Evangélica na semana passada.

No mesmo evento, o ministro também elogiou o trabalho da Polícia Federal, responsável pelo momento mais tenso da relação de Moro com o presidente Jair Bolsonaro em 2019. Irritado com uma suspeita levantada — e depois desmentida — sobre o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), Bolsonaro anunciou que trocaria o superintendente da PF no Rio. Com as resistências que surgiram na própria PF, o presidente elevou a crise e ameaçou trocar o diretor-geral da Polícia Federal. O chefe da corporação, Maurício Valeixo, ficou no cargo, mas o delegado Ricardo Saadi, que comandava a corporação no Rio, foi deslocado para uma função em Brasília ligada ao combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

Confira a íntegra da reportagem aqui: Após derrotas, Moro vai priorizar fase social de projeto para.

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