Por Flávio Chaves

A competição criada pelo jornalista Cásper Libero, em 1924, que se inspirou em uma corrida na França, onde os atletas corriam com tochas de fogo, é o maior desafio e motivo de orgulho para todo brasileiro que consegue no dia 31 de dezembro, completar os 15 quilômetros de pura emoção.

Para isso, estão prontos para seguir viagem e representar Carpina e região, na 95° Corrida de São Silvestre,que acontecerá, no próximo dia 31 de dezembro, em São Paulo. O grupo de atletas,tem em sua liderança Edison Miguel da Cruz (Tita Corredor). Na equipe também tem a representação feminina, que é a Mirian Miranda, conhecida vencedora de muitas competições no estado.

Em seu  trajeto , os atletas  vão percorrer pontos turísticos e já na largada saem da Avenida Paulista com chegada na Fundação Casper Líbero. Até lá eles terão que vencer os mais de 2.700 quilômetros que separam o Recife de São Paulo, em um transporte cedido pela PCR.

Essa romaria dos que acreditam que a vida é feita de sonho, começa a tomar estrada. É  feita de muita fé e esforço, de quem crer e aposta no destino vitorioso. Porque o que importa é entrar no caminho e se vestir de luta,para isso são todos abnegados.Dedicação é o sinônimo “desses meninos corredores”,não importando a idade de cada um; é assim que são conhecidos e chamados,carinhosamente,em Carpina.

Eles são feitos da “madeira que cupim não rói”,pego esse versos de Capiba , que bem define cada um, filhos da origem de um carpinteiro, o tanoeiro Martinho Francisco, que deu nome a terra que nasceram, herói de uma mata virgem que ali existia,naquele lugarejo,que um dia também se chamou de Floresta dos Leões. Assim também são esses novos heróis da velocidade e resistência. Verdadeiros “Leões da Sorte.

Dizem que a cidade de Carpina fica a tantos quilômetros de algum outro lugar.Mas para quem ali nasce não existe distância e sim,sempre, a proximidade de se querer chegar onde o sentimento se veste de busca.Lá tem apenas um ponto que marca o caminho e tempo da vida:  o do amor que se tem, e que segue para onde for; e o da saudade apertando o peito para querer,logo,voltar.

Os “meninos corredores” sabem bem disso. Na fala e nos gestos de cada um dá para se perceber esse sentimento. A velocidade que leva é a mesma velocidade que aperta pela volta.Já são vitoriosos desde o seu nascedouro, pois, bem conhecem a batalha travada por seus pais, para que hoje representem aos seus conterrâneos com 0 brilho do homem que sabe enfrentar muitos treinos e dividir a medalha dos que trilham no que acreditam, dá sentido ao seu mundo.

Esses “meninos corredores”, deram-se as mãos e unidos criaram a Associação dos Corredores do Carpina – ACC, uma organização que nasceu para celebrar sempre o rumo de uma entidade que os represente. Apresentam anualmente um calendário de eventos para que os membros associados saibam  onde e como acontece todos os meses a sua modalidade de esportes.Organizam os seus treinos locais e praticam seus teste físicos de resistência, se preparando para os novos desafios.

Se é do sonho dos homens que uma cidade se inventa,como nos afirmou o poeta Carlos Pena Filho, “esses meninos corredores” dão a lição, que é da velocidade que se dá ao sonho, que se constrói o caminho de vitória para se chegar ao sonho da própria vida.

Viva Carpina! Viva “Esses Meninos corredores e sonhadores”!

*Flávio Chaves é Poeta,Membro da Academia Pernambucana de Letras  e filho de Carpina. Foi Delegado Federal/Minc