Empresário João Paulo Lyra é um dos presos da Operação contra sonegação e receptação de combustível roubado

O empresário João Paulo Lyra, irmão de João Carlos Lyra (um dos investigados da Operação Turbulência) é um dos presos da Operação que o Gaeco está fazendo essa manhã segundo informações confirmadas por nosso blog.

Além do do Grupo de Atuação Especializada de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Secretaria Estadual da Fazenda, Polícias Civil e Militar de Pernambuco e do MP eles estão cumprindo seis mandados de prisão e 17 mandados de busca e apreensão nas cidades do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Glória do Goitá.

O trabalho está sendo realizado no âmbito da Operação Reditus, que conta com um histórico de seis meses de investigação contra pessoas físicas e empresas do ramo de combustíveis.

Empresário João Paulo Lyra foi preso em seu apartamento no Le Parc em Boa Viagem

De acordo com as informações levantadas pelo MPPE e Fazenda, o grupo atua de forma coordenada para sonegar impostos estaduais e promover receptação de caminhões de combustível roubados. Também há suspeitas de que os envolvidos fazem a “encomenda” dos roubos de cargas, adulteração do combustível, lavagem de dinheiro e uso de laranjas para encobrir os nomes dos proprietários.

Os 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências e diversos postos de gasolina da Região Metropolitana do Recife (RMR). O principal deles, localizado no bairro do Janga, no município do Paulista, foram apreendidos documentos, talonários, equipamentos eletrônicos, entre outros.

Foi no posto de gasolina da bandeira Federal, na avenida Carlos Gueiros Leite, que se originou o esquema de sonegação fiscal, receptação qualificada, lavagem de dinheiro, além da ocultação de documentos de crimes graves. A estimativa da Fazenda Estadual é de que os débitos tributários desses postos cheguem a R$7,1 milhões.

Modus operandi – os seis postos alvos da operação faziam a venda do combustível roubado sem emissão de notas fiscais e não tinham um funcionamento contínuo, ou seja, abriam geralmente aos finais de semana para comercializar o produto roubado. A Secretaria da Fazenda informou que as empresas já haviam sido alvo de diversas autuações por irregularidades fiscais e que a análise dos documentos apreendidos permitirá um levantamento mais preciso dos prejuízos causados pela organização criminosa à arrecadação estadual.

O que foi a Operação Turbulência

Em busca dos verdadeiros proprietários do jatinho Cessna Citation, prefixo PR-AFA, que em agosto de 2014 caiu e matou o então candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), em Santos (SP), os investigadores da Operação Turbulência mapearam uma teia de empresas de fachada utilizadas para lavar e supostamente escoar dinheiro oriundo de obras públicas para campanhas políticas.

João Carlos Lyra (um dos investigados da Operação Turbulência) e irmão do empresário João Paulo Lyra preso na operação de hoje.

Responsável pelo inquérito, a delegada federal Andréa Pinho Albuquerque, da Polícia Federal em Pernambuco, compartilhou informações com a Justiça Federal do Paraná e com o Supremo Tribunal Federal para comprovar a relação dos empresários por trás da compra da aeronave com empreiteiras e políticos investigados na Lava Jato.

Ao solicitar informações ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, a delegada salienta que o relatório de inteligência elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) revela que “parte dos recursos utilizados na aquisição da referida aeronave tenham sido originados da Construtora OAS, a qual, além de investigada na Operação Lava Jato, participou da execução de alguns lotes das obras de transposição do Rio São Francisco em Pernambuco, Estado cujo governador à época era, justamente, Eduardo Campos”.

Blog Ricardo Antunes 

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