Em homenagem a Saulo Ramos, o decano Celso de Mello mostra que é um juiz de merda.Por Carlos Newton

Gilmar Mendes e Celso de Mello

Mello defendeu até os autores dos crimes hediondos…

Por Carlos Newton

Durante seu longo e enfadonho voto, que empatou o julgamento em 5 a 5, o ministro Celso de Mello fez brilhante defesa da necessidade de punição dos corruptos e corruptores. A tal ponto se expressa, com tal veemência, lembrando o mensalão e o petrolão, que transpareceu a possibilidade de o decano vir a ser favorável à prisão após segunda instância, como ocorre e todos os 195 países que são membros da ONU junto com o Brasil.

Mas era ilusão à toa, diria Johnny Alf. enojado com tamanha desfaçatez, porque a partir da metade do insuportável voto, o decano do Supremo começou a costear o alambrado, como dizia Leonel Brizola, tentando achar argumentos em contrário.

CITANDO GILMAR – Como tais justificativas não existem, Celso de Mello foi obrigado a citar Gilmar Mendes, causando ânsia de vômito nos telespectadores que têm um mínimo de discernimento jurídico. Depois, voltaria a citar esse luminar do Direito pátrio, que sempre foi a favor da prisão após segunda instância, mas mudou de opinião quando determinados amigos passaram a ser ameaçados de prisão, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-senador Aécio Neves.

No desespero, Celso de Mello citou dois países europeus  que têm normas constitucionais semelhantes ao Brasil sobre trânsito em julgado. Mas estrategicamente esqueceu de citar o principal, pois embora na Itália e em Portugal a culpa do réu dependa do trânsito em julgado, a pena nesses países é cumprida após segunda instância, pois eles nem têm terceira instância, que é uma espécie de jabuticaba jurídica brasileira, como a Justiça Eleitoral e a Justiça Trabalhista, e o mundo tem de se curvar a nós…

ÚNICO NO MUNDO – O fato concreto é que agora o Brasil passa a ser o únicos país do mundo a garantir a impunidade de criminosos de colarinho branco e mãos emporcalhadas. Nos outros 195 países-membros da ONU, os réus continuam sem presos após segunda instância.

Mesmo sabedor dessa realidade inquestionável, no final do voto o decano perdeu a linha e disse que “só países bárbaros” mandam prender réus sem trânsito em julgado. Ou seja, chamou de “bárbaros” todos as demais nações do mundo, pois todas eles o fazem, notadamente nossa matriz USA, que tanto a filial Brazil gosta de imitar.

E o atrapalhado Celso de Melo fez questão de citar que mesmo os autores de crimes hediondos têm direito de aguardar em liberdade o trânsito. Caramba! A que ponto vai a desfaçatez desse “jurista” de fancaria!

LEMBRANDO SAULO – Com essa incrível demonstração de contorcionismo jurídico, o ministro Celso de Mello confirmou a classificação que lhe foi dada pelo ex-ministro da Justiça Saulo Ramos, que nos anos 80 indicou o nome dele para ser integrante do Supremo no governo Sarney.

Na página 170 de seu livro de memórias “Código da Vida”, Saulo Ramos relata um diálogo duro que teve com Celso de Mello, que termina com a seguinte frase:

“Entendi que você é um juiz de merda”, disse Saulo Ramos, e Celso de Mello engoliu a ofensa. Agora, quase 30 anos depois desse incidente, o decano dá um voto contraditório e decepcionante, em que demonstra não ter mudado de lá para cá. Continua a ser um juiz de merda.

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