Tabata Amaral diz que vai à Justiça pedir mandato e que está sofrendo “perseguição política”

“PDT deixou de ser meu partido”, afirma a deputada

Deu no Globo

A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) anunciou na noite desta segunda-feira, dia 14,  que entrará com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar o PDT sem perder o mandato.

A legislação determina que o mandato fique com o partido caso o parlamentar deixe a legenda fora da janela temporária – mas prevê exceções, e Tabata alegará que tem sofrido perseguição política desde que votou a favor da reforma da Previdência. Ela antecipou que mais três deputados do PDT também vão à Justiça nesta terça-feira, dia 15, junto dela: Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA) e Marlon Santos (RS), além de deputados do PSB na mesma situação.

DIVÓRCIO – Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Tabata declarou que o “PDT não é mais meu partido”, e que não está mais conseguindo exercer seu mandato. Ao votar a favor da reforma contrariando a orientação da legenda, Tabata foi suspensa pelo comando do PDT, com a previsão de que seu caso de infidelidade fosse julgado internamente em dois meses.

“Já se passaram mais de três. Não tenho mais diálogo com o PDT. Enviei uma carta ao presidente Lupi pedindo que fosse julgada, sou ignorada. Não estou podendo atuar de forma efetiva na Câmara, não sou indicada para comissões, nada. Estou suspensa sem previsão de julgamento. É perseguição política”, afirmou.

VOTO PELA REFORMA – Tabata defendeu seu voto pela reforma. Ela disse que o PDT fechou questão contra a proposta do governo, mas que, depois de modificações no texto feitas durante a tramitação na Câmara, ela ficou parecida com a defendida pelo candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, na campanha.

Tabata disse não “ter ideia” sobre para qual partido pretende ir se for bem-sucedida no pleito à Justiça Eleitoral. “Não sentei para conversar com partido nenhum, como já disseram. Pretendo conversar e encontrar um partido que me dê liberdade para defender minha visão de mundo. Quero um partido que tenha compliance, código de ética, prévias para decidir os candidatos”, disse, reconhecendo depois que um partido com essas características não existe.

CENTRO-ESQUERDA – “Vamos negociar um espaço para defender uma visão de centro-esquerda para ajudar a construir a pauta do país””, afirmou. No programa, a deputada se definiu como uma política de “centro-esquerda”. “Eu me coloco como de centro-esquerda. Para mim, isso é entender que o Brasil é desigual socialmente, que pauta social é prioritária, mas deve-se ser fiscalmente responsável”.

A deputada também respondeu sobre se não há uma contradição entre se declarar feminista e posicionar-se contra a descriminalização do aborto.

“Para mim, a coerência tem a ver com ser verdadeira no que se diz. Para mim, a legislação sobre aborto é suficiente. Não defendo nem retrocesso nem avanço na legislação. Aborto é questão pessoal, o dilema ético que esta posto. Tem a vida da mulher e a do feto, que não sei quando começa – respondeu a deputada.

PARTICIPAÇÃO FEMININA – Isso não me faz menos feminista. Defendo políticas sociais para mulheres. Apresentei projeto para que, nas eleições para o Senado em que dois senadores são eleitos, necessariamente um seja mulher. Ter mais mulher na política é pauta da minha vida..

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