Bivar e Rueda contrataram agência FSB por R$ 3 milhões logo depois da crise dos “laranjas do PSL”

Por Ricardo Antunes

A desconfiança em entorno do presidente Jair Bolsonaro em relação a transparência das contas do PSL foi ampliada quando ele foi informado de que o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, contratou a agência FSB Comunicação por mais de R$ 3 milhões de reais. O blog apurou que a contratação da agência foi feita em fevereiro desse ano, poucos dias depois que explodiu a crise dos “laranjas” do PSL.

O contrato é anual e foi feito sem qualquer tomada de preço, o que irritou ainda mais o presidente. “Eles estão fazendo o que querem e não pode ser assim”, desabafou uma fonte do Palácio do Planalto ao nosso blog. A FSB chegou a Brasília em 2000, através de um contrato com a poderosa  CNI – Confederação Nacional da Indústria.  Antes a empresa só atuava no eixo Rio-São Paulo. A partir daí a FSB se tornou uma das três maiores agencias do Brasil, sempre fazendo “lobby” com agentes públicos. Foi assim que conquistou a conta do então Ministério do Turismo na gestão de Walfredo Mares Guia e teve vários contratos milionários nos governos petistas de Lula e Dilma. Alguns deles tiveram que ser mantidos no Governo Bolsonaro. O Ministério do Turismo e a Embratur são apenas dois exemplos.

Marcos Trindade sócio-diretor da FSB Comunicação

A agência carioca tem péssima reputação entre seus concorrentes. Um dos sócios, Marcos Trindade Brandão, não retornou as ligações do blog.  A agência tem as iniciais de Francisco Soares Brandão, lobista muito conhecido no Rio de Janeiro e com ligações fortes no meio empresarial de todo o país.

Quando Sergio Cabral, preso pela operação lava jato, foi governador do estado, a agência chegou a faturar mais de R$ 100 milhões.

A advogada do presidente, Karina Kuffa, confirmou a contratação, mas não quis revelar o nome da agência,  antecipado pelo blog nessa matéria. “Só posso dizer que eles estão colocando os prestadores de serviço que querem e vetam todas as nossas indicações. Eles se juntam e  decidem entre os dois” disse ela, numa clara referência a Luciano Bivar e ao seu vice, Antonio de Rueda.

Ela também não quis comentar a operação de hoje, mas disse que o presidente Bolsonaro não abre mão de saber de toda a contabilidade do partido. “Ele é um filiado e qualquer um pode pedir isso. Se eles não têm nada a esconder que mostrem tudo”, completou.

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