Sem unidade nacional, futuro da China é se dividir igual à União Soviética

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Charge do Duke (dukechargista.com.br)

Carlos Newton

Nesta terça-feira, a República Popular da China comemorou os 70 anos da revolução comunista como a segunda maior economia do mundo, mas não se pode prever até quando conseguirá seguir adiante nesse modelo político-econômico. O que ninguém diz nem comenta é que o país somente se tornou potência por ser uma ditadura. Ao contrário do Brasil e dos Estados Unidos, que também são países continentais e não enfrentam problemas de separatismo, a China tem tudo para dar errado, caso verdadeiramente se democratize e deixe de ser uma ditadura.

O futuro é previsível. Assim que se democratizar, a China deixará de ser um dos maiores países do mundo. A exemplo do que aconteceu na antiga União Soviética, inevitavelmente haverá  uma divisão da China em várias nações que têm povos, costumes, tradições e religiões diferentes. Há províncias chinesas que se odeiam entre si, correm o risco de se guerrearem quando se tornarem independentes.

CHUVA ÁCIDA – Todos se espantam com o extraordinário crescimento do país, que só ocorreu devido ao endurecimento das leis ambientais nos Estados Unidos e na Europa. Já se conhecia a chamada chuva ácida na Europa desde 1852, início da era industrial. Mas o fenômeno só começou a ser estudado dois séculos depois, em 1960, pelo professor Harold Harvey, da Universidade de Toronto, no Canadá.

Dez anos depois, em 1970, soou o alarme, quando o The New York Times publicou os resultados obtidos pela Hubbard Brook Experimental Forest (HBES), em New Hampshire, que demonstraram os múltiplos danos ambientais. Nos dias de hoje, o problema se torna mais grave em países como a China e a Rússia, que no inverno consomem carvão com alto teor de enxofre.

No Ocidente. as novas leis ambientais foram surgindo e muitas indústrias se tornaram obsoletas. Ao invés de fechá-las e criar novas fábricas, os empresários tiveram a ideia de desmontar os equipamentos e reinstalá-las na Ásia, onde não havia leis ambientais nem leis trabalhistas, reduzindo expressivamente os custos e aumentando os lucros. Foi assim que ocorreu a meteórica industrialização e ocidentalização da China, que rapidamente se transformou no país mais poluído do mundo.

OLIMPÍADA LIMPA – A contaminação atmosférica é tamanha que em 2008, para promover em boas condições ambientais a Olimpíada, três meses antes dos jogos o governo chinês teve de interromper a produção de todas as fábricas poluidoras no entorno de Pequim.

O problema é hoje tão grave que o famoso Rio Amarelo, o maior do país, já não faz jus ao nome, está todo poluído e durante parte do ano não consegue mais desaguar no Pacífico, uma catástrofe ambiental jamais vista em qualquer lugar do mundo.

As estatísticas do governo admitem que a cada ano cerca de 400 mil chineses morrem por causa da poluição. Mas este número está subestimado, é claro. Na verdade, o número de mortos deve ser, no mínimo, dez vezes maior. Mas quem se interessa por meros 4 milhões de mortos num país como a China?

 E A DEMOCRACIA? – O maior desafio para o presidente Xi Jiping é o avanço do clamor pela democracia, que já domina não só Hong Kong, mas também Taiwan, a antiga Ilha de Formosa, que é um dos Tigres Asiáticos e 26ª economia do mundo.

O fato concreto é que a China somente existirá enquanto for uma ditadura. Se a democracia for se consolidando e acabar prevalecendo, como parece ser inevitável a longo prazo, a China vai ser apenas um mapa na parede, cumprindo o mesmo destino da União Soviética, que era formada por uma confraria de povos que nada tinham a ver um com os outros.

A ditadura continua a ser uma realidade. Recentemente, Xi Jiping se autonomeou presidente vitalício da China, ficará no poder por tempo indeterminado. Como tem apenas 66 anos, está arriscado a ser o último presidente da China, pois o gigantesco país não conseguirá ser eternamente uma ditadura eterna. É só uma questão de tempo. Cedo ou tarde, a democracia irá prevalecer.

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