Para “blindar” a legenda, caciques tucanos admitem abrir processo de expulsão de Aécio

Aécio tem sido pressionado pelo partido a se afastar

Andréia Sadi
G1

Lideranças do PSDB procuraram o deputado federal Aécio Neves (MG) nos últimos dias para que ele pedisse uma licença do partido até esta sexta-feira, dia 16, prazo limite dado pela legenda. O objetivo do prazo era evitar uma “saída traumática”, como a expulsão do tucano. Réu por corrupção e obstrução de Justiça, Aécio tem sido pressionado pelo partido a se afastar. No entanto, segundo lideranças do PSDB, ele não aceitou o prazo – e, agora, “muito provavelmente”, nas palavras de um cacique tucano, será aberto um processo de expulsão do deputado.

REPAGINAÇÃO – A cúpula do partido admite o processo de expulsão e defende que já comece na próxima semana, e siga rito sumário. Além disso, diretórios do PSDB, antes mesmo da expulsão, vão cobrar a saída de Aécio da legenda. O PSDB, agora sob o comando do ex-deputado federal e ex-ministro Bruno Araujo (PE), tem articulado para “repaginar” a imagem da sigla, que tem entre seus caciques o governador de São Paulo, João Doria.

Doria nega publicamente, mas já pavimenta candidatura à sucessão presidencial em 2022. Por isso, seu grupo trabalha para afastar políticos investigados do partido, numa tentativa de “blindar” a sigla. Aécio Neves é réu na Justiça Federal de São Paulo por corrupção e obstrução à Justiça, acusado de tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato. O empresário Joesley Batista afirma ter pago propina de R$ 2 milhões ao deputado e sua irmã em 2017.

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