Fábricas da Itaipava em Pernambuco e na Bahia foram usadas para pagamentos de propinas

A Procuradoria da República no Ceará, estado onde fica a sede do Banco do Nordeste, já havia requisitado à Polícia Federal a instauração de inquérito policial para investigar a instituição financeira federal, por gestão fraudulenta.

A suspeita gira em torno da concessão de R$ 830 milhões em empréstimos para a Itaipava, destinados à construção de duas fábricas da cervejaria, sendo uma na Bahia e outra em Pernambuco.

Meses depois da assinatura do contrato e da liberação dos recursos, o empresário Walter Faria, dono da Itaipava, teria pedido e obtido, prontamente, segundo o procurador da República Edmac Trigueiro, autor do pedido de abertura de Inquérito, a dispensa da Carta-Fiança que servia de garantia da operação em troca de uma garantia hipotecária.

Provas – A investigação está amplamente fundamentada em diversas provas, incluindo declarações prestadas por investigados que celebraram acordos de colaboração com o Ministério Público Federal.

Provas apresentadas nas ações penais 5083838-59.2014.404.7000, 5014170-93.2017.4.04.7000 e 5036528-23.2015.4.04.7000; documentos remetidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos da petição 6.694/DF; documentos obtidos por cooperação jurídica internacional; documentos transmitidos espontaneamente pelas autoridades suíças às autoridades brasileiras; documentos extraídos do sistema Drousys, utilizado pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, para registro da contabilidade paralela da empreiteira; e documentos obtidos a partir da quebra do sigilo telemático, bancário e fiscal de investigados, autorizadas pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo o procurador da República Felipe D’Elia Camargo, “as investigações apontam para um esquema milionário de lavagem de dinheiro em que o grupo Petrópolis atuou em favor da Odebrecht na gestão, disponibilização e destinação de valores ilícitos. Foram identificados bens milionários, adquiridos a partir das contas utilizadas para o pagamento de propina, que ainda são mantidos no exterior. Isso reforça a necessidade de a Lava Jato continuar as investigações para esclarecer os fatos e buscar a recuperação daquilo que foi desviado dos cofres públicos”.

Com informações do Blog de Noelia Brito

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