Mujica diz que Venezuela vive uma ditadura mas critica interferência externa no país

Presidente Tabaré Vázquez, seu sucessor pela Frente Ampla, tem se esquivado sobre o tema

O ex-presidente do Uruguai José Mujica antes de visitar Lula na Superintência da Polícia Federal em Curitiba, em junho de 2018 Foto: Código 19 / Agência O Globo / Agência O GloboO ex-presidente do Uruguai José Mujica antes de visitar Lula na Superintência da Polícia Federal em Curitiba, em junho de 2018 Foto: Código 19 / Agência O Globo / Agência O Globo

O Globo

— É uma ditadura, sim. Na situação atual não há nada além de ditadura. Mas há ditadura na Arábia Saudita, com um rei absoluto. Há ditadura na Malásia, onde matam 25 pessoas por dia. E na República Popular da China, o que me dizem? — disse o ex-presidente, criticando as ameaças de interferência externa no país.

Além de Mujica, Daniel Martínez, candidato oficial pela Frente Ampla , também se manifestou oficialmente pela primeira vez sobre o tema no Twitter.

“Para a esquerda, a questão dos direitos humanos deve sempre ser um imperativo ético”, disse o candidato. “O relatório de Bachelet é claro de que há uma ditadura. Devemos continuar trabalhando em uma saída negociada e que no centro estejam os venezuelanos”.

Os dois se aproximaram assim das declarações do atual ministro da Economia, Danilo Astori. Perguntado durante uma entrevista sobre a posição controversa do governo, que resiste em classificar o governo de Maduro como uma ditadura, ele foi enfático.

— Não me custa nada dizer: a Venezuela é uma ditadura. E é uma tremenda ditadura, com impactos humanitários muito sérios.

O governo do Uruguai é um dos poucos na América Latina que não reconhece o deputado opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. O país também não integra o Grupo de Lima , que reconhece a autoridade de Guaidó . Na última Cúpula do Mercosul , o Uruguai aceitou assinar o documento sobre a crise venezuelana que não citava o termo “ditadura”, e também não reconhecia Guaidó como presidente.

Há um mês, osubsecretário de Relações Exteriores  Ariel Bergamino,anunciou a retirada de seu país da 49ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos ( OEA ), realizada em Medellín, na Colômbia por rejeitar a discussão sobre o nível de participação do representante deGuaidó.

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