“Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de ontem (terça-feira), ocorrido na Espanha, é inaceitável”, descreveu o presidente. Bolsonaro assinalou ter exigido “investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB”. O presidente ainda enfatizou na mensagem: “não toleraremos tamanho desrespeito ao nosso país!”
Na terça-feira, o presidente determinou ao Ministério da Defesa “imediata colaboração com a polícia espanhola na pronta investigação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem como instauração de inquérito policial militar”.
O sargento preso embarcou em Brasília, no avião reserva da Presidência, o Embraer 190, do Grupo de Transportes Especiais, da Força Aérea, que transportava três tripulações de militares para a missão presidencial. A primeira equipe da tripulação, que inclui piloto e copiloto, assumiu o voo de Bolsonaro e sua equipe, em Lisboa, no Airbus 319, chamado de AeroLula, para cumprir o segundo trecho da viagem, até Osaka.
O militar preso, sargento de carreira, não integrava este grupo. Ele pertence à segunda equipe de tripulação, que presta serviço no avião reserva. O militar preso não trabalha na Presidência da República, mas na FAB, e no avião exerce a função de comissário de bordo.
Mula
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, disse ontem que o sargentopreso não embarcaria no voo do presidente ao Japão, mas que a tripulação estaria no avião de volta do chefe do Executivo. O chefe do Executivo viajou ao país asiático para participar da cúpula do G-20.
“Não (ao responder se ele embarcaria no avião da ida), o que acontece quando tem essas viagens, vai uma tripulação que fica no meio do caminho, então, quando o presidente voltasse do Japão, essa tripulação iria embarcar no avião dele. Então seria Sevilha-Brasil”, disse Mourão, ao ser questionada pela imprensa.
O episódio, que criou desconforto ao Palácio do Planalto, levou o governo brasileiro a mudar a escala do presidente de Sevilha para Lisboa. Mourão disse que as Forças Armadas “não estão imunes a esse flagelo da droga”. “Isso não é a primeira vez que acontece”, avaliou. “Ele estava trabalhando como mula e uma mula qualificada”, comentou o presidente em exercício.