Esposa do deputado estadual Marco Aurélio presta queixa na polícia contra o marido por violência física e psicológica; ele nega

Vítima, que preferiu não se identificar, foi nesta segunda (24) à Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, no Centro do Recife. Em três anos, ela contabiliza dez agressões físicas.

Esposa do deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) prestou queixa contra o marido nesta segunda (24), no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Esposa do deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) prestou queixa contra o marido nesta segunda (24), no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar agressões sofridas pela esposa do deputado estadual Marco Aurélio (PRTB). Nesta segunda (24), a vítima prestou queixa e contou ter sido empurrada pelo marido na noite do domingo (23), quando machucou a cabeça e as costas, além de dizer ser alvo de agressões físicas e verbais constantes. O parlamentar nega as acusações.

“Estamos juntos há três anos e, nesse período, eu contabilizei dez agressões físicas. As psicológicas são incontáveis”, afirmou, sem preferir se identificar. A ida à Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, no Centro do Recife, foi motivada por uma situação ocorrida na noite anterior.

“Eu tinha almoçado com meus filhos, como todo domingo, e, quando voltamos, perguntei onde ele teria almoçado. Ele me disse que foi em um canto, mas teria sido em outro. Eu questionei, mas, em nenhum momento, eu queria brigar. Ele já veio me agredindo, me xingando, botando o dedo na minha cara, dizendo que não era mentiroso e me deu um empurrão. Foi aí que eu caí”, contou.

Esposa do deputado Marco Aurélio (PRTB) prestou queixa contra agressões físicas e psicológicas contra o marido — Foto: Reprodução/TV GloboEsposa do deputado Marco Aurélio (PRTB) prestou queixa contra agressões físicas e psicológicas contra o marido — Foto: Reprodução/TV Globo

Esposa do deputado Marco Aurélio (PRTB) prestou queixa contra agressões físicas e psicológicas contra o marido — Foto: Reprodução/TV Globo

Desta vez, a esposa do deputado machucou a cabeça e as costas, na área das nádegas. Em outros casos, ela já teve hematomas nos braços e no colo. “Faz um ano que eu saí de casa por cinco dias porque eu não aguentei mais, mas voltei achando que ele ia mudar”, declarou.

‘Eu pensei em desistir’

A esposa de Marco Aurélio alega ter procurado a polícia na noite do domingo (23), após a agressão. “Não tinham equipes de plantão porque eu vim às 21h, mas me pediram para vir hoje [segunda] pela manhã. Vendo os flagrantes aqui, eu pensei várias vezes em desistir”, contou.

Ainda segundo a vítima, a denúncia não foi feita antes por se sentir amedrontada devido à condição social do marido.

“Ele já me disse ‘ah, não acontece nada comigo, só em flagrante’ e eu disse ‘eu espero que a gente não chegue a esse ponto’. Ele dizia ‘você não tem influência’, sempre querendo me diminuir, me amedrontar. Por vezes eu aceitei, calei, perdoei, mas agora eu não consigo mais. Está doendo muito, muito”, disse.

Ainda de acordo com a esposa do deputado, “as atitudes não combinam com o discurso dele”. “É meio que um personagem. Ele se porta plácido, polido com as pessoas, mas, em casa, é a verdadeira pessoa”, afirmou.

Marco Aurélio foi eleito deputado estadual com 26.783 votos nas eleições de 2018. Ele é o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) é líder da oposição na Alepe  — Foto: Roberto Soares/Alepe/Divulgação

Deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) é líder da oposição na Alepe — Foto: Roberto Soares/Alepe/Divulgação

Resposta

Por telefone, o deputado Marco Aurélio disse à TV Globo que está em um processo de desgaste da relação há muito tempo, mas que nunca agrediu a mulher.

O parlamentar confirmou que houve uma briga, durante a qual a mulher o chamou de mentiroso e cuspiu nele, “mas que nunca fez nada com ela”.

O deputado alegou também que, depois da confusão, disse para a mulher que iria se separar e que foi surpreendido com a queixa prestada por ela.

“Ela veio com o cartão [de crédito] questionando se eu tinha ido a um bar. Me chamou de mentiroso. Começou com esculhambação em cima de mim. Veio em cima de mim e cuspiu em mim. Eu tinha dito a ela que se isso acontecesse seria o fim da relação. Afirmei que o advogado vai procurar ela, sentar e resolver, porque não dá mais”, declarou.

Na entrevista, o deputado declarou que fez as malas e deixou a casa. “Hoje, fui surpreendido por tudo. Eu não toquei, não gritei, não fiz absolutamente nada. Ela mesma diz que não tem nenhuma marca. Nunca agi com mulher nenhuma desse jeito, muito menos com ela, que é uma pessoa de que eu gosto”, acrescentou.

Dados

Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), houve 3.439 casos de violência doméstica e familiar contra a mulher registrados em maio deste ano. Isso representa uma redução de 0,8% com relação a maio de 2018, quando houve 3.468 ocorrências.

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