Parte da mídia apoia o esquema para desmoralizar Moro e destruir a Lava Jato

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Charge da Myrria (A Críitica)

Carlos Newton

Em todo o material já divulgado pelo site “The Intercept”, até agora não surgiu nenhuma prova de que o então juiz Sérgio Moro “chefiava” a investigação da Lava Jato, realidade que desmente o que alega no Supremo o intrometido ministro Gilmar Mendes, que é ardoroso amigo e defensor de corruptos notórios, como Michel Temer, Aécio Neves e Lula da Silva. Na verdade, não há qualquer indicação de que houve fraudes ou manipulação de provas, prejuízo às partes ou perseguição política a Lula, conforme alega a defesa do ex-presidente petista, que até à ONU já recorreu.

Nas mensagens do ‘The Intercept”, fica comprovado é que o juiz não se comunicava frequentemente com os procuradores, ao contrário do que é praxe na chamada “fase de instrução”, especialmente em um inquérito de tamanha importância, que  comprovou crimes cometidos pelo político mais importante do país.  O que se constata, sem dúvida alguma, é que Moro fazia raríssimos contatos com o Ministério Público.

ABSOLUTAMENTE NADA – Os diligentes jornalistas do “The Intercept” vasculharam dois anos de gravações de celulares e no entanto somente conseguiram encontrar meia de dúzia de diálogos em que aparece o então juiz Moro, nos quais ele não diz nada, absolutamente nada que indique conluio, fabricação de provas ou perseguição política a Lula.

Até agora, os diálogos exibidos provam justamente o contrário, porque demonstram que Moro nem tinha influência no grupo de procuradores. No caso das mensagens trocadas na fase de instrução, por exemplo, o juiz sugeriu uma nota oficial contra mentiras e manipulações da defesa de Lula, mas os procuradores não aceitaram. Além disso, havia muita discordância entre Moro e a força-tarefa, tanto assim que nos seus julgamentos o juiz inocentou 54 réus denunciados pelo Ministério Público.

DIFICULDADES – Em duas ocasiões, segundo as mensagens divulgadas pelo The Intercept, Moro expressou a Dallagnol preocupação com as dificuldades que o Judiciário teria para investigar e julgar tantos casos, o que se confirmou mais tarde com a lentidão do andamento dos processos no STF.

“Acredito que a revelação dos fatos e abertura dos processos deveria ser paulatina […] segundo gravidade e qualidade da prova”, opinou o juiz em junho, diz The Intercept. “(Há) muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do MP e Judiciário”, observou em dezembro de 2016.

Moro tinha razão, porque a grande maioria dos políticos e boa parte da mídia apoiavam Lula e eram contra a Lava Jato. Moro e a força-tarefa lutaram o bom combate, enfrentando boicote dos governos Dilma e Temer, que reduziram as verbas da Polícia Federal. Mesmo assim, a Lava Jato foi em frente.

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