Festival Varilux – A valorização do cinema francês

Festival de cinema começa nesta quinta-feira, 6, e vai até o próximo dia 19 de junho, com exibição de 18 filmes em 78 cidades

Festival Varilux – A valorização do cinema francês
Festival de cinema inicia nesta quinta-feira, 6, terminando no próximo dia 19 de junho (Foto: Divulgação)

O brasileiro é apaixonado por cinema, principalmente pelos filmes de Hollywood, nos Estados Unidos. O desafio, porém, é levar o público a assistir filmes de outras nacionalidades. E isso é o que pretende o Festival Varilux de Cinema Francês 2019, que começa nesta quinta-feira, 6, e vai até o próximo dia 19 de junho.

A França é um dos principais países investidores e produtores do cinema mundial. Filmes franceses já figuraram, e foram premiados, em diferentes categorias do Oscar – o maior prêmio do cinema mundial. Ademais, a França sedia um dos maiores festivais da categoria do mundo: o Festival de Cannes. Na última edição, ocorrida em maio deste ano, inclusive, o filme brasileiro Bacurau (2019) recebeu o Prêmio do Júri.

A França, inclusive, é tida como uma das protagonistas na história do cinema. Isso porque, em 1895, os irmãos Auguste e Luis Lumière foram os primeiros a exibir um filme para uma pequena plateia. Mesmo com todas as credenciais, o cinema francês não é muito acessado no Brasil, que normalmente foca sua atenção para os filmes produzidos em Hollywood.

No entanto, é isso que o Festival Varilux de Cinema Francês quer mudar, dando maior destaque aos filmes franceses. Com exibições de 18 produções em 78 cidades, a 10ª edição do festival espera ultrapassar a marca de 1 milhão de espectadores em todo o Brasil. O Festival Varilux é a maior exibição de filmes franceses fora da França.

Iniciado em 2010, com filmes exibidos em 11 salas espalhadas por nove cidades, o festival levou cerca de 25 mil espectadores ao cinema. Já em 2018, na nona edição, o saldo foi de 172 mil pessoas presentes em 118 salas de cinema, em diferentes sessões, espalhadas por 88 cidades. A programação de exibição pode ser consultada diretamente no site do festival, com horários, datas e locais de exibição.

A editora Suelen Lopes, de 30 anos, é apaixonada pela cultura francesa de uma forma geral, não apenas pelo cinema. Presente no festival desde 2013, Lopes vai comparecer na 10ª edição. Entre suas produções francesas preferidas está Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut, além dos filmes do diretor Michel Gondry, que dirigiu o famoso filme americano Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004).

“Todos os anos o festival traz filmes incríveis, e nem todos entram em cartaz depois. As expectativas são grandes por conta disso. Sempre tento ver os que mais me atraem e também aqueles que acho que não vou conseguir ver depois”, destacou Lopes ao Opinião e Notícia.

Além da exibição dos filmes, o Festival Varilux de Cinema Francês também promove sessões de debate juntamente com os filmes, com a presença diretores e artistas franceses, como o diretor Alexis Michalik, a diretora Lisa Azuelos e os atores Omar Sy e a atriz  Joséphine Japy. Em São Paulo, a sessão ocorreu na última quarta-feira, 5.

Thais Pio, de 30 anos, formada em direito e dona de um coletivo de cinema, participou das primeiras exibições em São Paulo, que ocorreram antes do início oficial do festival. Indo pela segunda vez, Pio se preparou para assistir a mais produções em 2019.

Inocência Roubada foi o primeiro que vi. É uma película linda. Um tema pesado, mas a construção do filme dá certa leveza”, afirmou Pio. Inocência Roubada é um premiado filme francês que faz parte do festival, tendo integrado a seleção do Festival de Cannes 2018 e tendo vencido dois prêmios César, em 2019, por Melhor Adaptação e Melhor Atriz Coadjuvante.

Já no Rio de Janeiro, os debates ocorrem desta quinta-feira, 6, até o próximo sábado, 8, em cinemas da zona sul e na região central da cidade. Local e horário podem ser conferidos diretamente no link: http://variluxcinefrances.com/2019/lista-artistas/sessoes-com-debate/.

A cidade do Rio de Janeiro também será palco da Sessão ao Ar Livre, que vai exibir o drama O Chamado do Lobo (2019) no próximo domingo, 9, às 18h30, na Capitania dos Portos, no Centro da cidade. A sessão é gratuita e tem a capacidade máxima para 150 pessoas. Para participar, basta se inscrever diretamente no site até o próximo dia 8 de junho.

Ademais, como forma de valorização do cinema francês, o festival também promove as chamadas Sessões de Democratização, que são exibições gratuitas e/ou a preços populares em diferentes cidades brasileiras.

Em 2019, sete estados contarão com sessões desse tipo. Por outro lado, através das Sessões Educativas, o Festival Varilux tenta ampliar o diálogo entre o cinema e a escola. Nesta 10ª edição, três filmes vão integrar a programação: a animação Astérix e o Segredo da Poção Mágica (2018), de Louis Clichy e Alexandre Astier;  Cyrano Mon Amour (2019), de Alexis Michalik; e o clássico Cyrano de Begerac (1990), de Jean-Paul Rappeneau, que está prestes a completar 30 anos.

Mesmo com tantos filmes de sucesso, o cinema francês ainda encontra resistência para entrar no circuito brasileiro. Exaltando o Festival Varilux de Cinema Francês, a editora Suelen Lopes acredita que um número maior de festivais, não apenas de cinema, podem ajudar na entrada da cultura francesa no Brasil.

“O cinema francês continua produzindo filmes muito bacanas, e mais do que isso: dá abertura a filmes do mundo todo, como acontece todo ano em Cannes. Aqui no Brasil, recebemos mais produtos culturais americanos e, no geral, as pessoas dominam inglês, e não francês. Então, acho que falta mais festivais e eventos de francofonia que mostrem que a cultura francesa não é inacessível, que também há um viés de entretenimento bem interessante e que nem sempre é considerado”, conclui Lopes.

O&N

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