Monges belgas encontram receita de cerveja medieval perdida há 220 anos

Padre Karel posa com taça da cerveja Grimbergen, simbolizada por uma fênix, no pátio da abadia: cinco meses em barris de uísque – 21/05/2019 (Yves Herman/Reuters)

Monges encontram receita perdida e recriam cerveja do século 12. Segredos de fabricação estavam em livro belga que desapareceu há 220 anos

Monges da Abadia de Grimbergen, na Bélgica, voltaram a produzir uma cerveja comum durante a Idade Média após encontrarem sua receita — que ficou perdida por 220 anos. O método está descrito em um livro do século 12, no qual os religiosos da época especificam o uso de lúpulo ao invés de ervas fermentadas — fato que os coloca à frente dos conhecimentos de seus contemporâneos.

A bebida possui teor alcoólico de 10,8% e foi produzida com apenas alguns elementos dos livros de receitas: “Eu não acho que as pessoas de hoje gostariam do sabor da cerveja feita naquela época”, disse o padre superior Karel Stautemas, como conta ao jornal britânico The Guardian.

De acordo com os monges, os livros que continham a receita foram removidos da abadia no século 18, quando alguns padres secretamente os tiraram do prédio antes de um incêndio: “Nós tínhamos os livros com as receitas antigas, mas ninguém conseguia lê-los”, afirmou Stautemas. “Estava tudo em latim e holandês antigo. Então nós trouxemos voluntários e passamos horas folheando os livros e descobrimos listas de ingredientes para cervejas produzidas em séculos anteriores.”

A falta de aditivos artificiais, o uso de barris de madeira e a exploração de locais específicos no solo está sendo emulado. Estudando os livros, os religioso também descobriram que a receita da cerveja era constantemente aprimorada. De acordo com Stautemas, o procedimento mudava a cada 10 anos.

Os monges pretendem produzir 3 milhões de unidades da cerveja por ano em parceria com a Carlsberg e vendê-la na Bélgica e na França. Segundo eles, o lucro será destinado para a manutenção da Abadia e para ajudar os fiéis que “batem em sua porta”.

Fonte: Revista Galileu.

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