José Dirceu se entrega em Curitiba para cumprir pena na Lava-Jato

Em mensagem de áudio, ex-ministro disse a amigos que seus advogados já preparam recurso para tentar reverter a situação

José Dirceu se entrega em Curitiba para cumprir pena na Lava-Jato Foto: EDUARDO MATYSIAK / ESTADÃO CONTEÚDOJosé Dirceu se entrega em Curitiba para cumprir pena na Lava-Jato Foto: EDUARDO MATYSIAK / ESTADÃO CONTEÚDO

Mais de cinco horas depois do prazo determinado, o ex-ministro José Dirceu se entregou na noite desta sexta-feira na sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde voltará a ser preso apósmanutenção de sua pena na Lava-Jato pelo Tribunal Regional Federal ( TRF-4 ). O atraso para chegar a Curitiba, segundo os advogados, ocorreu por conta de imprevistos na viagem de carro entre Brasília e a capital paranaense.

Antes de se entregar, o petista enviou um áudio a amigos próximos dizendo que, enquanto estiver na cadeia, vai “ler mais e manter a saúde”.

“Vamos ver se conseguimos justiça a curto prazo, e vou ler mais, manter a saúde. Fiquem aí na trincheira de vocês que é também a nossa. Vamos à luta. O Brasil ja está mudando, o vulcão está em erupção, um vulcão de jovens e mulheres”, disse o ex-ministro.

Em sua segunda condenação na Lava-Jato, dirceu deverá cumprir 8 anos e dez meses de prisão.

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), ele é acusado de receber propina em um contrato superfaturado da Petrobras com a empresa Apolo Tubulars, fornecedora de tubos para a estatal, entre 2009 e 2012.

Parte dos valores, que chegaram a R$ 7.147.425,70, foram repassados a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e parte a Dirceu. Para disfarçar o caminho do dinheiro, Dirceu e seu irmão usaram, segundo a denúnica, a empresa construtora Credencial para receber valor de cerca de R$ 700 mil, tendo o restante sido usado em despesas com o uso de aeronaves em mais de 100 vôos feitos pelo ex-ministro.

Em outro processo, o TRF-4 determinou também nesta quinta-feira a execução da pena do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empresário pecuarista José Carlos Bumlai . O tribunal julgou os embargos das defesas dos condenados e manteve as penas aplicadas a Vaccari e Bumlai. Eles foram considerados culpados no processo que avalia corrupção na obtenção de um empréstimo de R$ 12 milhões em 2004.

Vaccari está preso preventivamente desde o dia 15 de abril de 2015, por decisão do então juiz federal Sergio Moro, na 12ª fase da Operação Lava-Jato. Já Bumlai se encontra em liberdade.

O GLOBO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *