Chegou a hora, sr. presidente. Livre-se de Paulo Guedes, antes que seja tarde demais

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Bolsonaro não tem o menor futuro, se não se livrar de Paulo Guedes 

Carlos Newton

Fiquei triste nesta terça-feira, ao assistir ao discurso de Bolsonaro na cerimônia em que assinou a importante medida que elimina alvará para determinadas profissões, tipo sapateiro e costureira. Trata-se de iniciativa justa e humanitária, embora nenhum fiscal de Prefeitura perca tempo multando esse tipo de atividade. Mas realmente é necessário que esses profissionais sejam legalizados, para que possam receber o Cartão BNDES e fazer investimentos pagando juros baixos.

Nesse sentido, o BNDES é importantíssimo, embora haja quem pretenda simplesmente fechá-lo, como o atual presidente, Joaquim Levy, que era diretor do Bradesco. Quer dizer, antes de voltar à vida pública, Levy estava na privada, como diria o Barão de Itararé, e de lá jamais deveria ter saído.

REFÉM DE GUEDES – Mas fiquei triste ao ver o presidente novamente dizer que nada entende de economia, como se estivesse refém eterno de Paulo Guedes e sua equipe. Jair Bolsonaro precisa entender que foi eleito para cuidar dos interesses dos brasileiros. Se não tem conhecimento em economia, deveria lembrar D. Pedro para não colocar o país nas mãos de um aventureiro qualquer, ou seja, precisa procurar uma segunda e uma terceira opiniões.

O responsável pelo governo é o candidato eleito, que não pode transferir essa atribuição a ninguém, a não ser que renuncie ao cargo, como fizeram Jânio Quadros e Fernando Collor, dois presidentes a ser esquecidos na parede da memória, na visão do genial Belchior.

AUDITORIAS – Acorde desse pesadelo, presidente Bolsonaro. O sr. tem um grupo seleto de militares a seu lado. Peça a opinião deles, governe em equipe, convoque auditorias para as contas da Previdência Social e da dívida pública. Cumpra seu dever, sr. presidente. Foi para isso que se candidatou e conseguiu ser eleito.

Liberte-se do pensamento único, ouça opiniões diferenciadas e depois tire seus conclusões. Faça seu trabalho direito, e o povo o aclamará e o respeitará como o estadista que pretende ser, porém jamais conseguirá, caso continue dependente de falsos aliados e profetas que representam o mercado financeiro e não o povo brasileiro.

A hora é essa, sr. presidente. Quem está na chefia do governo não tem direito de errar e depois dizer que foi induzido a erro. Ninguém conduz o presidente, é ele que nos conduz.

FATO CONCRETO – Para início de conversa, todo governante deve se guiar por fatos concretos e não por conversa fiada. No caso da reforma da Previdência, os números estão em sigilo. Como aceitar essa situação, sr. presidente? Como os deputados podem votar uma proposta com dados sigilosos, mesmo que cada um deles seja comprado com 30 dinheiros, conforme se pretende? Lembre-se que essa negociata é feita em seu nome, sr. presidente. Somente isso já seria motivo para uma auditoria.

Mas o sr. está inerte, está submisso, está dominado, não esboça reação, apenas repete que não entende de economia. E deixa a solução de tudo nas mãos de um homem desonrado como Paulo Guedes, que sofre acusação oficial da Superintendência de Previdência Complementar (Previc) por ter dado vultosos prejuízos em fundos de pensão, ao investir o dinheiro dos trabalhadores em ativos financeiros criados pelo próprio Guedes? E o pior é que o superministro se recusa a depor ao Ministério Público, mas mesmo assim o sr. continua dando força e prestígio a esse aventureiro.

PLANOS DE GUEDES – Ninguém sabia quais eram os planos sigilosos de Guedes, mas acabaram sendo revelados através da inconfidência do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra.  A entrevista dele à Folha revela que o plano de Guedes é criar um Imposto Único, algo jamais experimentado em nenhum país do mundo, e o sr. não diz nada, apenas ressalva que não aceitará taxação de templos e igrejas.

Ora, sr. presidente, Guedes não diz uma só palavra sobre a dívida pública que está destruindo o país, não aceita convocar uma auditoria, e o sr. acha tudo normal? O que é isso, sr. presidente? O sr. é o chefe do governo. No entanto, está se eximindo de suas responsabilidades. Se fosse para ser assim, teria sido melhor se tivéssemos votado direto em Paulo Guedes, mas acontece que ninguém o elegeu, ele não pode conduzir o país.

Sr. presidente, os brasileiros votaram num homem chamado Jair Messias Bolsonaro, que reluta em ocupar a presidência, alegando não entender de economia. Mas agora o sr. não está mais doente, já se passaram quatro meses e é preciso que assuma plenamente a chefia do governo, antes que seja tarde demais.

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