Afinal, por que Gilmar Mendes deixou Toffoli e Moraes se arrebentarem sozinhos?

Imagem relacionada

Gilmar saiu de cena sem dar uma só palavra para defender Toffoli

Carlos Newton

Já explicamos aqui na Tribuna da Internet que esse problema da censura e a própria crise do Supremo Tribunal Federal tiveram origem lá atrás, quando vazou a informação de que a advogada Guiomar Mendes, do escritório Sergio Bermudes  e mulher do ministro Gilmar Mendes, tinha sido apanhada numa malha fina da Receita Federal, por movimentação bancária atípica. Em seguida, aconteceu o mesmo problema com a mulher de Dias Toffoli, a advogada Roberta Rangel.

Furioso, Gilmar convocou a seu gabinete o secretário-geral da Receita, Marcos Cintra, que levou uma bronca homérica e prometeu punir os responsável pelo vazamento da informação. Depois, Cintra mudou de ideia e passou a dizer que os servidores apenas cumpriam suas atribuições funcionais.

CAMPANHA – Com apoio do presidente Toffoli, o ministro Gilmar abriu então uma campanha nacional. Sempre que pode, bate pesado e ridiculariza os procuradores da Lava Jato, como se fossem responsáveis pela investigação que atingiu sua mulher e a ele próprio, claro.

Toffoli deu seguimento à jogada, criando o inquérito interno, que a rigor só poderia ocorrer se tivesse acontecido alguma ocorrência criminal na sede do Supremo. O ministro novato Alexandre de Moraes aceitou ser nomeado relator, sem sorteio eletrônico, e deu início às apurações, mas somente se interessou pelas “fake news“ e ofensas atingindo o Supremo, em nenhum momento dirigiu as investigações para a Receita Federal, desprezando justamente o maior objetivo de Gilmar e Toffoli.

Se o relator Moraes tivesse se limitado às “fake news” e ofensas, não haveria problemas. Mas Toffoli se sentiu ofendido pela reportagem da Crusoé/O Antagonista e exigiu a censura aos sites. Disse que se tratava de “fake news”, e Moraes acreditou.

CENSURA – Agora, depois do vendaval causado pelo ato de censura a uma suposta “fake news” que era rigorosamente verdadeira, Moraes só teve a solidariedade de Toffoli, o que nada significa, muito pelo contrário, até depõe contra ele…

Entre os outros nove ministros, nenhum deles se manifestou a favor de Moraes, que se viu mergulhado num lamaçal de onde tão cedo não emergirá, porque já existem sete recursos contra a censura.

Nesta semana o relator Edson Fachin vai decidir se arquiva logo o inquérito inconstitucional, conforme a procuradora-geral Raquel Dodge determinou, ou manda o plenário julgar o caso, em situação ainda mais constrangedora para Moraes, que terá de ouvir os demais ministros condenando seu ato de censura, com aqueles votos intermináveis, transmitidos ao vivo e a cores.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *