Ministros da ala militar do governo defendem que Bolsonaro procure Rodrigo Maia

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Bolsonaro disse que Maia está “abalado” por causa de Moreira

Andréia Sadi
Blog da Sadi (G1)

Ministros da ala militar do governo passaram a defender que o presidente Jair Bolsonaro “volte para o compasso” e chame o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para conversar. A crise entre os dois começou na semana passada e, nesta quarta-feira (27), Maia chegou a dizer que Bolsonaro está “brincando de presidir”. O presidente, por sua vez, disse que “não existe brincadeira, muito pelo contrário”.

Para ministros da ala militar, o Palácio do Planalto precisa focar na aprovação da reforma da Previdência e não se perder em outros temas, como tem ocorrido nos últimos dias. Nesta semana, por exemplo, o palácio defendeu as comemorações do golpe de 1964.

GASTANDO PÓLVORA – Um integrante do governo usou a seguinte expressão para definir a troca de farpas entre Rodrigo Maia e Bolsonaro: “Estamos gastando pólvora em chimango”. A expressão gaúcha significa gastar o tempo com bobagens.

Interlocutores do presidente avaliam que a reação da Câmara ao aprovar a PEC do Orçamento na terça-feira (dia 26) foi motivada por uma espécie de “crise de abstinência de protagonismo” do Legislativo. Afirmaram, contudo, que Bolsonaro já se convenceu de que precisa agradar políticos, o que parlamentares duvidam.

Mas há um entendimento nos bastidores do governo de que o presidente precisa “voltar para o compasso” e chamar Rodrigo Maia para “dançar”, já que todos têm como objetivo a reforma da Previdência. “Ele é protagonista da reforma”, disse um ministro ao blog.

COM ONYX – Maia, no entanto, lembrava na semana passada a quem o questionava que, quando criticou o ministro Sérgio Moro (Justiça) e afirmou que ele ‘conhece pouco a política’, Bolsonaro não o procurou no dia seguinte. Naquela ocasião, quem procurou Maia para apaziguar os ânimos foi o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, um dos bombeiros escalados para contornar a crise política entre os presidentes da Câmara e da República.

Desse histórico de desentendimentos surgiu a desconfiança de Maia e dos parlamentares com a mudança de postura de Bolsonaro. Segundo ministros, o presidente só vai chamar líderes para conversar após a volta da viagem de Israel, marcada para a próxima semana.

Enquanto isso, além das pautas econômicas que podem ser debatidas nas próximas semanas, como a autonomia do Banco Central, deputados discutem pautar matérias de comportamento, área cara ao governo.

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“PARE, CHEGA! PEÇA AO ENTORNO PARA PARAR DE CRITICAR”
Fernanda Vivas     /     TV Globo — Brasília

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Rodrigo Maia chama Carlos Bolsonaro de “entorno”

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um apelo nesta quarta-feira (27) ao presidente Jair Bolsonaro: “Pare, chega, peça ao entorno para parar de criticar”. Maia deu a declaração poucas horas após dizer que, enquanto o país tem milhões de desempregados e registra milhares de assassinatos todos os anos, Bolsonaro está “brincando de presidir”.

Em resposta, Bolsonaro afirmou em uma entrevista em São Paulo que “não existe brincadeira, muito pelo contrário”. Participaram dessa entrevista apenas jornalistas autorizados pela equipe de segurança do presidente. Ficaram de fora TV Globo, GloboNews, CBN, “O Globo”, “Valor”, “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S.Paulo” e UOL.

“Eu acho que o Brasil perde. A bolsa está caindo, a expectativa dos investidores está ficando menor. Expectativa positiva. Então, ninguém ganha com isso. Eu até faço um apelo ao presidente que pare, chega, peça ao entorno para parar de criticar. Pare de criticar. Vamos governar”, declarou Maia.

CARLOS BOLSONARO – Na semana passada, Maia afirmou em entrevista ao site do jornal “O Globo” que iria deixar a articulação para aprovação da reforma da Previdência. Segundo “O Globo”, o presidente da Câmara ficou insatisfeito com críticas feitas a ele nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.

“Chega. Está na hora de parar. O Brasil precisa que a gente pare. Agora, é claro, quando você recebe uma crítica, o natural é que a gente faça, tenha uma reação. Mas está errado. Vamos parar. Vamos cuidar do Brasil. O Brasil está precisando. São 12 milhões de desempregados no Brasil. Não é brincadeira”, acrescentou o presidente da Câmara nesta quarta-feira.

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