Na Previdência, é um erro copiar o modelo chileno, que simplesmente não deu certo

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Charge do Erasmo (Arquivo Google)

Roberto Nascimento

No momento a oposição não está atrapalhando em nada o governo. É a própria base aliada que vem provocando crises diárias. Basta ler os jornais e os comentários nas redes sociais, abastecidas pelos filhos do presidente, que geram crises e mais crises. E, convenhamos, escalaram a Previdência Social como “a saúva” de antigamente, aquela que teria o condão de afundar o Brasil. Na verdade, os problemas brasileiros são muito mais complexos e não se resumem ao suposto déficit da Previdência.

No fundo e na forma, há interesses inconfessos, relacionados ao mercado financeiro, que querem ganhar rios de dinheiro com o verdadeiro objetivo de Paulo Guedes, que tenta transformar o atual modelo previdenciário numa fracassada capitalização (montada pelo general ditador Augusto Pinochet, o carrasco do Chile), que ainda hoje gera o maior índice de suicídio de aposentados do planeta, tal a monstruosidade contra os idosos.

APENAS COPIANDO – O Brasil está tão menor que não cria nada hoje em dia, fica apenas copiando Pinochet, Trump, Guaidó e companhia limitada. Não consigo entender como estamos descendo a ladeira nesta velocidade impressionante.

Tenho atualmente até medo de escrever, com receio de retaliações de toda ordem. Daqui a pouco, há o perigo de vivermos um Estado policial, com queima de livros malditos, censura à imprensa e perseguição a defensores de ideias contrárias aos ultraliberais. Esse retrocesso aos horrores do AI 5 e do decreto 477, jamais pensei que voltasse a viver.

O perigo existe e é latente, mas como em tudo na vida é preciso resiliência e resistência, na certeza de que depois das cinzas advém o renascimento, as luzes do sol, a liberdade e a democracia. Afinal, nada dura para sempre. Ainda bem, não é, caros leitores? Na verdade, ainda existem os democráticos, mas também aqueles intransigentes, os senhores únicos da verdade, os amantes das fakes news em redes sociais.

CONCESSIONÁRIOS – Vejo muita enganação. Já está havendo novas licitações, com consórcios de empreiteiras corruptas e grupos espanhóis, franceses, alemães, chineses etc. As empresas vencem os leilões com ágios impressionantes e depois recorrem ao caixa do BNDES com juros baixinhos para financiar o negócio praticamente doado.

Antes de licitarem as concessões, o governo investe nessas empresas milhões e milhões de reais, justamente o que falta para escolas, saúde, segurança etc… Quando o negócio não avança, ou seja, o lucro não acontece, as empresas estrangeiras e até as nacionais, casos do Maracanã, dos Aeroportos do Galeão (Odebrecht) e o de Campinas-Viracopos (Engevix), duas empreiteiras envolvidas na Lava Jato, elas simplesmente devolvem as concessões. E o mico preto fica com o governo, digo, a sociedade pagadora de impostos.

Campinas-Viracopos não paga o valor de outorga, não paga nada e está em recuperação judicial, eufemismo de falência. Infelizmente, não acredito em mais nada, pois as negociatas são o leme desse pessoal ávido por abastecer suas contas numeradas, de alto a baixo. O prejuízo fica para nós, os bobos da corte, e isso tem de acabar.

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