Doleiros ligados a Cabral são presos em desdobramento de operação da PF

Esquema envolve os crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção

Doleiros ligados ao esquema de corrupção do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foram presos preventivamente na manhã desta quarta (20), após a Polícia Federal deflagra uma nova fase da Operação Câmbio, Desligo — desdobramento da Lava Jato no Rio. Foram presos Sérgio Guaraciaba Martins Reinas, conhecido como Roma e Mister; e Nissim Chreim, chamado de Miojo.

Nessa fase, os investigadores miram um esquema de evasão de divisas, além de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, chefiados pelo ex-governador Sérgio Cabral, preso desde 2016.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o esquema investigado nessa fase da operação envolve a custódia de valores na transportadora Trans-Expert, além do aluguel de salas comerciais equipadas com um forte sistema de segurança para armazenar os valores usados nas operações ilegais.

Os agentes cumpriram mais um mandado de prisão preventiva, um de prisão temporária e sete de busca e apreensão. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do RJ.

As prisões desta quarta foram realizadas com base nos resultados das operações Calculite, Eficiência e Hic et Ubique e com base nas delações de Vinicius Clarer, o Juca; e Cláudio Fernando Barboza, o Tony. Segundo as delações, Sérgio Reinas realizou operações que somam R$ 37 milhões entre 2011 e 2014. Reinas era sócio do doleiro Lúcio Funaro.

Relembre a Operação Câmbio, Desligo

Deflagrada em maio do ano passado, a operação mirou doleiros suspeitos de movimentarem cerca de R$ 1,6 bilhão em 52 países. Os investigados integravam um sistema chamado Bank Drop, em que doleiros remetem quantias de dinheiro ao exterior por meio de um procedimento conhecido como “dólar-cabo”.

Desse modo, depósitos são feitos em contas de diversos países, sem que seja possível o rastreamento dos valores pelo Banco Central. Sem registro, os depósitos não estão sujeitos a impostos e ficam fora do radar das autoridades brasileiras.

Diário do Poder

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