Olavo de Carvalho se transformou no filósofo da tempestade na crise brasileira

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Olavo de Carvalho vive momentos de glória em Washington

Pedro do Coutto

As suas colocações políticas a respeito do governo Bolsonaro e do general Hamilton Mourão, vice-presidente, são suficientemente fortes para que, pelo menos eu, possa classificá-lo como filósofo da tempestade, a exemplo do albatroz que pressente as tempestades no mar e por isso aproxima-se e pousa nos navios. A classificação de albatroz da tempestade é bem antiga e não me lembro em que época foi destacada nem o autor do destaque. Mas esta é outra questão.

Nas edições de ontem da Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo, Olavo de Carvalho tornou-se chamada de primeira página com base em duas de suas investidas. As enviadas da FSP a Washington, Patrícia Campos Melo e Marina Dias, destacaram o pronunciamento que o filósofo fez na noite de domingo ao ser um dos homenageados no jantar promovido pelo financista Gerald Brant, um dos principais apoiadores de Donald Trump nas eleições de 2018.

Olavo de Carvalho, de forma surpreendente, afirmou que o governo Bolsonaro está muito ruim e, se seguir como está nesse momento, acaba em seis meses.

SEM IDEÁRIO – Olavo de Carvalho fez diversas críticas ao governo do vitorioso nas urnas e declarado seu candidato nas eleições de 2018. O filósofo da tempestade destacou que não sabe quais as ideias políticas do presidente brasileiro. O jantar foi no Trump Internacional Hotel, aliás na noite de sábado, portanto anterior ao jantar da noite de domingo, este já com a presença de Jair Bolsonaro na Embaixada Brasileira. E a Folha revela que na noite de domingo Olavo de Carvalho sentou-se ao lado do presidente da República, que homenageou o escritor com um brinde.

Para Olavo de Carvalho, o presidente está de mãos amarradas. “Não sou capaz de prever até onde vai, mas se continuar como está, seu governo pode acabar dentro de seis meses”. Estranha essa colocação, feita por alguém que no dia seguinte estaria alojado à mesa ao lado do presidente, em posição de honra, depois de profetizar o desabamento do governo, se continuar como está.

MAIS ATAQUES – Enviadas pelo O Estado de São Paulo a Washington, Naira Trindade e Tânia Monteiro publicaram reportagem sobre os ataques do filósofo ao vice-presidente Hamilton Mourão em particular, e, de modo geral, aos militares que formam ao lado do vice-presidente.

O general Mourão disse que não vai responder a Olavo de Carvalho, sobretudo porque não consegue identificar a motivação dos ataques, até porque não o conhece pessoalmente, e nunca portanto expôs a ele suas ideias e pensamentos.

A tempestade pode só existir na mente do albatroz. De qualquer forma, porém, acentua uma forte contradição nas forças que venceram as eleições de outubro do ano passado.

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