Procuradoria confirma que Mantega e Coutinho comandavam a quadrilha do BNDES

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Coutinho e Mantega institucionalizaram a corrupção no BNDES

Carlos Newton

Relatório da Procuradoria-Geral da República é incisivo ao afirmar que a quadrilha que operava no BNDES defendendo o grupo JBS, de Joesley Batista, era comandada pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo próprio presidente do banco, Luciano Coutinho, um economista muito ligado ao ex-presidente Lula da Silva.

O relatório do inquérito mostra que altos funcionários abaixavam a cabeça ante as falcatruas. Em um trecho da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra a quadrilha que operava na cúpula do BNDES, foi transcrito um diálogo travado entre dois funcionários de destaque, Sérgio Foldes e Ramon Rotta.

Eles conversavam abertamente sobre as operações beneficiando a JBS de Joesley Batista, abordando também a participação do BNDESPar, que se tornou sócio do grupo da Friboi. Foldes e Rotta discutem o conflito de interesses entre BNDES e BNDESPar e reconhecem que o limite dos investimentos na JBS deveria observar não apenas o patrimônio da BNDESPar, mas o patrimônio líquido do próprio banco, que é bem menor.

DIZ O RELATÓRIO – Segundo a Procuradoria-Geral da República, esses diálogos levam às seguintes conclusões:

1) Procede a assertiva de JOESLEY MENDONÇA BATISTA, no sentido de que suas demandas eram apresentadas ao ex-Ministro GUIDO MANTEGA, e, em certas reuniões, na presença do então Presidente do BNDES LUCIANO COUTINHO;

2) Por sua vez, o investigado LUCIANO GALVÃO COUTINHO tinha pleno conhecimento e acompanhava de perto negociações e assuntos de interesse das gigantes de mercado, inclusive a JBS, no âmbitodo BNDES, e, ao contrário do que alega, atuava como “patrocinador” dos projetos dessas empresas (como na busca de fundos de investimentos como investidores ao lado do BNDES na composição do Fundo Prot, por exemplo), não se limitando a dispensar a empresários o tratamento esperado da posição que ocupava;

3) Membros importantes do corpo técnico do BNDES também aderiram ao esquema criminoso junto com seu então presidente; 4) A influência de LUCIANO COUTINHO sobre a parte do corpo técnico não cooptada pelo esquema criminoso era exercida de modo velado, sutil e não ostensivo, especialmente sob o argumento de se tratar de um arrojo institucional desenvolvimentista condizente com a política econômica então vigente e, ainda, levando os técnicos a assumirem posições mais arriscadas no mercado de capitais, eis que se almejava uma atuação proeminente no segmento.

OUTRAS CONCLUSÕES – Além disso, o relatório do Ministério Público Federal assinala que é importante ter em vista que:

1) Membros importantes e experientes do corpo técnico do BNDES também aderiram ao esquema criminoso junto com seu então presidente;

2) Parte do corpo técnico do BNDES havia sido renovada pouco antes dos grandes aportes (e muitos dos analistas tinham pouca ou nenhuma experiência pretérita, sendo facilmente persuasíveis, especialmente ao lidar com operações de ordens de grandeza de improvável mensuração);

3) Ainda que pressões ostensivas, em relação à parte do corpo técnico não cooptada pelo esquema criminoso, sejam negadas, fato é que a pressão velada por velocidade e tratamento diferenciado de projetos de expansão da JBS S/A foram suficientes para que decisões tenham sido tomadas sem a devida avaliação de risco e no melhor cenário para a empresa, em prejuízo ao erário.

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