Justiça autoriza Lula a deixar PF para acompanhar velório de neto em SP

Força-tarefa da Lava-Jato concordou com deslocamento e governo do Paraná cedeu avião para o transporte

O ex-presidente Lula brinca com seu neto Arthur, vítima de meningite meningocócica. Foto: Divulgação
O ex-presidente Lula brinca com seu neto Arthur, vítima de meningite meningocócica. Foto: Divulgação

A juíza da 12ª Vara de Execuções Penais de Curitiba,Carolina Lebbos , autorizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a deixar a carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, onde está preso desde abril, para acompanhar o velório do seu neto, Arthur, de 7 anos, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

O Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba se manifestou a favor da saída do ex-presidente e a PF não se opôs.

Em nota, a Justiça Federal informou que os detalhes do deslocamento de Lula serão mantidos em sigilo por razões de segurança.

“Foi autorizada a participação de Lula no velório e que, a fim de preservar a intimidade da família e garantir não apenas a integridade do preso, mas a segurança pública”, informou a nota.

O governo do Paraná disponibilizou um avião para fazer o transporte entre Curitiba e São Paulo.

Advogados petistas discutiam no começo da noite dois cenários para vinda de Lula a São Bernardo. No primeiro, o ex-presidente iria a São Paulo à noite, dormiria na Polícia Federal e encontraria a família na manhã de sábado. No segundo, o petista sairia de Curitiba nas primeiras horas de sábado e iria direto para o velório.

Arthur era o quinto dos seis netos do ex-presidente. Filho de Marlene Araujo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho do meio de Lula, o garoto nasceu em 2012, em São Paulo, quando o ex-presidente fazia um tratamento contra o câncer na laringe, um ano depois de deixar a Presidência da República.

No fim de janeiro, Lula foi proibido pela Justiça de acompanhar o enterro do seu irmão Genival Inácio da Silva, Vavá, que morreu vítima de câncer aos 79 anos. O pedido da defesa foi negado por duas instâncias da Justiça Federal . A juíza Carolina Lebbos e o desembargador Leandro Paulsen afirmaram que havia risco de manifestações e de que a operação seria muito cara.

Na época, os advogados argumentaram que até durante a ditadura militar Lula foi autorizado a sair da cadeia para acompanhar o enterro da mãe. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou a ida de Lula a São Bernardo do Campo, mas a liberação chegou minutos antes do enterro, e o petista não saiu da PF, em Curitiba.

O artigo 120 do Código de Execução Penal diz que uma das possibilidades em que condenados em regime fechado possam obter permissão para sair da prisão é o “falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

Só no primeiro semestre de 2016, 88.564 presos foram autorizados a deixar a cadeia para acompanhar enterros ou tratamento médico de familiares, segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen).

No início da noite, no Cemitério das Colinas, dez batedores da PF fizeram uma varredura.

oglobo

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