Existem no país nove barragens semelhantes, maiores do que a de Brumadinho

Vídeo mostra momento em que a barragem da Vale se rompeu Foto: Reprodução/ TV Globo

Este vídeo mostra como rompeu a barragem em Brumadinho

Bruno Rosa, Glauce Cavalcanti e Ramona Ordoñez
O Globo

Nove barragens no Brasil erguidas com o mesmo modelo da de Brumadinho (MG) são maiores que a estrutura da Vale que se rompeu e deixou, até agora, 115 mortos. A maior delas tem quase quatro vezes o volume da mina Córrego do Feijão.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), há outras quatro com o dobro do volume de resíduos e mais quatro com volume igual ao de Brumadinho. Sete têm alto potencial de impacto em caso de rompimento, mesma classificação da estrutura que desmoronou.

EM GOIÁS – A maior barragem fica em Catalão (GO) e é mantida pela Copebras. O volume de rejeitos chega a 45 milhões de metros cúbicos de rochas fosfáticas. Em segundo lugar está uma instalação da Zamin Amapá Mineração, em Pedra Branca do Amapari, com volume de 25,3 milhões de metros cúbicos de minério de ferro. Em terceiro, está uma barragem da Vale em Ouro Preto (MG), com volume de 23,1 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

Minas Gerais concentra seis das dez maiores barragens do modelo de alteamento a montante. Estruturas desse tipo crescem em forma de degraus para dentro do reservatório, utilizando o próprio rejeito do processo de beneficiamento do minério. <SW> Além de Brumadinho, a décima da lista, a Vale é dona de três instalações de alto potencial de danos em Ouro Preto. Uma delas de volume similar ao de Brumadinho, e outras duas com quase o dobro de resíduos. No Pará, há duas: uma em Paragominas, da Hydro, e outra em Oriximiná, da Mineração Rio do Norte, que tem a Vale como uma das acionistas.

SEM RISCO??? – O relatório da ANM traz ao todo 711 barragens, das quais 87 utilizam a técnica a montante, sistema considerado ultrapassado e de menor custo para as empresas. A agência explicou que as barragens — em descomissionamento ou não — são classificadas, além da categoria de risco, pelo dano potencial associado.

A Vale reiterou que tem dez barragens a montante inativas. Afirmou que todas as estruturas da companhia “apresentam laudos de estabilidade emitidos por empresas externas”. A Usiminas informou que as barragens são rotineiramente vistoriadas e auditadas, contando com plano de emergência e sistemas de sirene.

A Copebras disse que sua barragem não apresenta riscos de rompimento, já que é regularmente fiscalizada, e a inspeção mais recente aconteceu em dezembro de 2018.

A Mineração Paragominas afirmou que suas barragens estão estáveis e são constantemente monitoradas e auditadas. A empresa ressaltou que a “a mina e as barragens estão a 70 quilômetros do centro do município de Paragominas”.

Procuradas, CSN e Mineração Rio do Norte não se manifestaram até o fechamento desta edição.

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