O Instituto Sou da Paz também lamentou. “Virtualmente cancela um dos principais mecanismos de controle sobre armas, a comprovação de efetiva necessidade. Fica eliminada a análise adequada da razão pela qual o cidadão requere a arma de fogo”, disse o diretor executivo do instituto, Ivan Marques.
A opinião não ganhou ressonância entre os que veem como positivo o direito de acesso a arma. O advogado Armando de Mesquita Neto avalia que foi uma “ação positiva”, pois retira a discricionariedade do delegado de polícia. “Dessa forma, o cidadão que atenda aos requisitos do decreto, desde que seja de seu interesse, pode valer-se da posse de arma em sua residência para exercer o direito de legítima defesa.”
Para o advogado e pesquisador Fabrício Rebelo, a arma pode ser a “última barreira antes da consumação do crime”. “Com uma legislação branda e uma deficiência de investigação das polícias, só resta a reação da vítima como última barreira. A equação não pode favorecer o criminoso. O exercício da legítima defesa se coloca como um fator de inibição ao crime.” Mas, para ele, o decreto “foi tímido” ao não “eliminar completamente” as exigências de efetiva necessidade.
À jornalista Leda Nagle, no Youtube, Benê Barbosa, ativista pró-arma, endossou a crítica, dizendo que “foi um balde de água fria”. Ele esperava ver atendidas mudanças relativas ao porte a atiradores esportivos.
Bancada da bala
No Congresso, o número de armas e a exigência de cofre dividiram opiniões até dentro da bancada da bala. “Quatro pistolas em casa é muito, não tem necessidade”, disse o deputado Capitão Augusto (PR-SP). “Você pode ter um arsenal em casa” disse o deputado Capitão Wagner (PR-CE), que também mostrou preocupação.
Seu colega, o deputado Capitão Derrite (PP-SP) discordou. “Não é exagerado. O criminoso quando entra numa residência, não entra com uma arma só.” Estadão/GILBERTO AMENDOLA, MARCO ANTÔNIO CARVALHO, FELIPE RESK, RENAN TRUFFI e FAUSTO MACEDO
MSN