Europa se prepara para cenário caótico após saída do Reino Unido

Países e empresas da Europa começaram a acelerar os preparativos para reduzir o caos e diminuir os efeitos de uma saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, sem acordo com Bruxelas, o que muitos acreditam ser cada vez mais provável. As preparações estão mais avançadas em membros da UE mais afetados, como Irlanda, França, Holanda e Bélgica.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que “a Holanda está tentando garantir que os prejuízos sejam minimizados”. O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, reuniu-se com ministros para discutir suas prioridades para um pacote de leis de emergência que ele quer apresentar ao Parlamento até fevereiro. Rutte anunciou a contratação de 900 funcionários alfandegários, além de 150 veterinários e cientistas para analisar produtos vegetais e animais.

O governo belga disse a empresas e cidadãos que um Brexit sem acordo poderia levar à imposição de € 2,2 bilhões (R$ 9,36 bilhões) em novos impostos sobre bens e causar a perda de 40 mil empregos.

O governo irlandês anunciou seus planos no mês passado, admitindo que eles eram, na melhor das hipóteses, “um exercício de redução de danos”, e apresentou um projeto para acelerar leis de contingência.

Como a maioria dos países da UE que negociam com o Reino Unido, a Irlanda está contratando mil funcionários para controle alfandegário, sanitário e fitossanitário. O governo também comprou terrenos perto dos portos de Dublin e de Rosslare para erguer áreas de inspeção.

No mês passado, o governo do presidente francês, Emmanuel Macron, aprovou uma lei para manter pessoas e cargas circulando entre França e Reino Unido. O texto inclui ainda a possibilidade de Paris aprovar leis de emergência por decreto. As autoridades francesas já contrataram 700 funcionários alfandegários, expandindo a infraestrutura de controle de fronteiras.

A Alemanha também se prepara para o pior cenário. O governo de Angela Merkel já contratou 900 autoridades alfandegárias para ajudar a assegurar o fluxo de mercadorias entre o Reino Unido e o continente. O governo teme que o Brexit afete as exportações de carro – as montadoras alemãs venderam 800 mil carros no Reino Unido no ano passado, cerca de 20% das vendas globais.

AFP / Estado de Minas

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