Chefes militares deviam se envergonhar de defender privilégios na Previdência

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Charge do Alpino (Yahoo Brasil)

Por Carlos Newton

A gente não pode elogiar. Foi só escrever aqui na “Tribuna da Internet” que o general Fernando Azevedo e Silva era um dos destaques positivos do governo Bolsonaro que o ministro da Defesa pôs logo tudo a perder, ao defender os privilégios dos militares na reforma da Previdência.

“PROTEÇÃO SOCIAL” – Disse o ministro, diante do presidente da República e da nata das Forças Armadas, que os militares têm “sistema de proteção social” e não um regime previdenciário, devido “às peculiaridades da nossa profissão, que as diferenciam das demais, fundamentando a necessidade de um regime diferenciado, visando assegurar o adequado amparo social aos militares das forças armadas e seus dependentes”.

Meu Deus, aonde estão os militares de verdade, aqueles que colocavam a pátria acima de tudo? Hoje os militares parecem curvados ao Deus Dinheiro, de olho no contracheque e na aposentadoria, que eles chamam de reserva, como se fossem entrar em campo a qualquer momento.

“PROTEÇÃO SOCIAL” – Na cerimônia desta quarta-feira, após assumir a função, o novo comandante da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, disse concordar com a posição do Ministério da Defesa sobre um regime diferenciado para militares.

“A posição da Marinha é a posição do ministério da Defesa. Não temos previdência, nós temos um sistema de proteção social dos militares. É impróprio mencionar a palavra previdência do ponto de vista técnico”, disse Ilques.

Quer dizer que inventaram o neologismo “proteção social”, para tirar os militares da reforma da Previdência, embora sejam justamente eles os que mais consomem recursos do INSS?

JUSTIFICATIVA – O mais inacreditável foi a justificativa que o novo comandante da Marinha encontrou “para a diferenciação”, ao ressaltar como especificidades da carreira “a prontidão” e a boa saúde física.

Ora, se os militares merecem “proteção social”, o que dizer dos policiais civis e militares, dos bombeiros e dos agentes penitenciários que morrem a serviço da população? E as equipes médicas que lidam com todo tipo de doença transmissível? E os mergulhadores, recordistas mundiais que arriscam a vida nos campos da Petrobras e nem são empregados da estatal, recebem baixos salários como “terceirizados”?

Se os militares ocasionalmente fazem “prontidão”, esses outros heróis anônimos brasileiros – entre tantas profissões de risco – marcam presença 24 horas por dia, 365 dias ao ano, para servir ao povo.

PLÁCIDO E ALVIM – O Brasil tem muitos heróis esquecidos. Tenho veneração por dois deles: o major Plácido de Castro e o médico Álvaro Alvim. O ex-oficial liderou aos 27 anos  a revolução dos seringueiros que conquistaram o Acre para o Brasil, derrotando sozinhos o Exército e a Marinha da Bolívia, porque o governo brasileiro era contra a revolta e os militares não podiam apoiá-los.

Se Plácido de Castro não tivesse agido contra os interesses dos Estados Unidos e do Reino Unido, que haviam arrendado o Acre através do Bolivian Sindicate, possivelmente a Amazônia seria hoje anglo-americana. Mas quem se interessa?

Quanto ao dr. Álvaro Alvim, foi o grande médico que introduziu o Raio-X no Brasil e teve amputadas as duas mãos, de tanto tirar radiografias dos pacientes para salvar-lhes as vidas.

2 comentários sobre “Chefes militares deviam se envergonhar de defender privilégios na Previdência

  1. Melhor- blog de pernambuco sem duvidas nehuma

  2. concordo- por que deveriam usar- o bom censo e respeitar- a sociedade civil!!!

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