Lava Jato não teria chegado longe sem contribuição de Emílio Odebrecht, diz defesa

O empresário Emilio Odebrecht (dir) presta depoimento da delação premiada à PGR â?? Foto: Reprodução, PGR

Emilio obrigou os executivos da Odebrecht a fazer delação

Matheus Leitão
G1 Brasília

Nas alegações finais apresentadas nesta segunda-feira (7) no processo que investiga reformas no sítio em Atibaia que seria de propriedade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os advogados de defesa do empresário Emílio Odebrecht afirmam que, sem a colaboração do empresário, a Operação Lava Jato não teria ido tão longe.

“Sem as contribuições de Emílio Odebrecht à Justiça, a Operação ‘Lava-Jato’ não teria alcançado seu estágio atual de investigação. A relevante e efetiva colaboração do peticionário se soma ao universo de provas amealhados no âmbito dessa ação penal”, afirmam os advogados.

DETALHES – No documento, a defesa destaca que, em diferentes oportunidades, Emílio “detalhou as tratativas que culminaram na realização das obras do Sítio Atibaia, a pedido da então primeira-dama Marisa Letícia, pelo Grupo Odebrecht”.

A defesa pede que a Justiça considere a colaboração premiada na sentença que será dada no processo e lembra que Emílio Odebrecht tem mais de 70 anos e, por isso, deve ser usado um atenuante na pena.

No caso de não ser concedido o perdão judicial, os advogados pedem que a pena do empresário seja reduzida em 2/3 da pena privativa de liberdade ou que haja substituição por pena restritiva de direitos.

TREZE RÉUS – Emílio Odebrecht é um dos 13 réus no processo que apura o pagamento de reformas do sítio em Atibaia que, segundo o Ministério Público, pertence a Lula.

O ex-presidente da Odebrecht afirmou, após fechar acordo de colaboração premiada, que aprovou as obras no sítio estimadas, inicialmente, em R$ 500 mil, mas nega ter participado diretamente da operacionalização do pagamento, por meio do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS – outra empresa que teria participado das reformas – também apresentou alegações finais nesta segunda-feira e pediu que sua colaboração seja usada na aplicação da sentença.

O Ministério Público acusa o ex-presidente da República de ter recebido propina por meio das reformas realizadas no sítio. Em depoimento prestado em novembro de 2018, Lula negou que o sítio seja seu e afirmou que pensou em comprá-lo, mas o dono do local não quis vender o imóvel.

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