Após onda de violência, Moro envia Força Nacional ao Ceará

Nesta madrugada, Fortaleza e região metropolitana viveram noite de terror, com ao menos 39 ataques; ônibus foram incendiados, agências bancárias destruídas e houve até tentativa de incêndio em delegacia; 18 já foram presos
Após onda de violência, Moro envia Força Nacional ao CearáFoto: Agência Brasil
O Ministério da Justiça e da Segurança Pública autorizou hoje (4) o envio de tropas da Força Nacional de Segurança Pública para o Ceará. Desde a noite de quarta (2), Fortaleza e a região metropolitana da capital cearense enfrentam uma onda de ataques criminosos coordenados.
Segundo o ministério, cerca de 300 agentes e 30 viaturas seguem ainda hoje para o estado, onde atuarão pelos próximos 30 dias–prazo que pode ser prorrogado. A pedido do governo estadual, a Força Nacional reforçará o policiamento ostensivo e outras ações de apoio às forças de segurança pública local, da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Na portaria em que autoriza o envio do efetivo, o ministro Sérgio Moro também determina que a PF e a PRF intensifiquem as ações de prevenção e repressão ao crime organizado e que o Depen preste todo o apoio necessário para as ações de segurança pública.

Desde a noite de quarta-feira (2), ocorreram 39 ataques em Fortaleza, Caucaia, Horizonte e Maracanaú.

Segundo a Secretaria da Segurança do Ceará, 18 suspeitos foram detidos desde início da onda de violência.

Pedido
O efetivo da Força Nacional já estava mobilizado desde quinta (3), quando o ministro Sergio Moro decidiu que, em caso de deterioração da segurança, os agentes seriam deslocados para o Estado a fim de auxiliar no policiamento ostensivo.

O pedido de envio da Força Nacional foi feito pelo governador do Ceará, Camilo Santana, na quinta (3)à tarde, depois que criminosos explodiram uma bomba em uma pilastra de um viaduto em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, e incendiaram dois ônibus e uma van, durante a madrugada.

Nas redes sociais, Santana afirmou ter pedido também o apoio do Exército. Para reforçar a segurança, ele anunciou “a nomeação imediata da turma de 220 novos agentes penitenciários, antes prevista para março” e “a imediata nomeação dos 373 novos policiais militares, já formados, para atuação nas ruas”.

Ataques da última madrugada
Em um dos atentados desta noite, criminosos incendiaram uma agência da Caixa Econômica Federal no Bairro Pajuçara, em Maracanaú, região metropolitana da capital.

Também na capital cearense, o Grupo de Ações Taricas Especiais (Gate) foi chamado para recolher e detonar uma bomba deixada em uma das colunaas de um viaduto da avenida Washington Soares, próximo à fábrica da cachaçaria Ypióca. Por mais de uma hora, a PM bloqueou a via e desvio o tráfego pela rua Eudes Cardoso.

Treze ônibus foram destruídos com fogos, tiros foram disparados contra prédios e bancos e artefatos caseiros incendiários foram arremessados contra uma delegacia em Maracanaú desde o início dos ataques.Após ataques, apenas 30% da frota de ônibus está circulando na capital.

O 8º Distrito Policial de Fortaleza (CE) também sofreu uma tentativa de incêndio na madrugada desta sexta-feira. Segundo a Polícia Civil, dois suspeitos tentaram incendiar veículos no entorno da delegacia. Houve troca de tiros e os homens fugiram.

Causa dos ataques
Os ataques das facções seriam uma reação ao discurso do novo secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque. Na última quarta-feira (3), ele afirmou que não reconhece o poder das facções nas cadeias e que presos têm de ir para onde há vagas e não para os presídios dominados por grupos específicos do crime organizado. Desde 2016 às cadeias no Ceará são divididas por facções.

*Com Agência Brasil

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