Dinheiro sai

Gastar dinheiro público para fins particulares virou hábito

Por Carlos Brickmann

O presidente eleito Jair Bolsonaro se declarou indignado com os gastos da Caixa com publicidade, que estima em R$ 2,5 bilhões por ano (a Caixa diz que é menos: R$ 685 milhões, ainda assim espantosos). Bolsonaro disse que vai rever esses gastos e também outros, como os da Presidência.

Bolsonaro que nos perdoe, mas está totalmente errado: deve é eliminar a publicidade oficial. Empresas que competem no mercado, como a Caixa e o Banco do Brasil, precisam de publicidade (embora, se forem privatizadas, o problema desapareça). Mas para que fazer publicidade do BNDES, que não tem concorrentes? E do Governo Federal, um monopólio que não tem nem com quem disputar mercado? Por que gastar dinheiro com a divulgação dos slogans oficiais – a menos que se queira influenciar o resultado de eleições futuras com dinheiro público, o que é crime, ou usar recursos do Tesouro para comprar a boa-vontade dos meios de comunicação, o que é indecente?

Gastar dinheiro público para fins particulares virou hábito. O senador Roberto Requião editou agora, por conta do Senado, um livro contra Sergio Moro. Aproveita o finzinho do mandato, porque os eleitores o mandaram para casa. O senador gaúcho Lasier Martins viajou de Brasília para o Rio, e lá se hospedou no Hotel Windsor, para assistir à formatura de uma parente. A parente é dele, o dinheiro é nosso. Bolsonaro pode mudar esses hábitos.

Que tal começar cortando o meio bilhão de propaganda da Presidência?

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