Presidente do Coaf rebate Onyx e diz que órgão atua em CPIs “há 20 anos”

Presidente do Coaf, Antônio Ferreira de Sousa Foto: Gustavo Raniere / Ministério da Fazenda

Ferreira de Sousa fez um histórica da atuação do Coaf

Jailton de CarvalhoO Globo

O presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ), Antônio Ferreira de Sousa , rebateu as críticas do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , ao órgão, depois da divulgação do relatório que revelou movimentações financeiras atípicas do policial militar Fabrício José Carlos Queiroz, ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL). Segundo o relatório, entre 2016 e 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta bancária, valor considerado incompatível com a renda que tinha como ex-auxiliar dos filhos do presidente.

Ao ser confrontado pela imprensa, na semana passada, Lorenzoni tentou desqualificar o trabalho do órgão e perguntou onde estavam os técnicos do Coaf no mensalão, o escândalo que afundou a cúpula do PT em 2005.

RESPOSTA DO COAF – Ao Globo, o presidente do Coaf tratou de responder a pergunta do ministro de Bolsonaro. “Estamos integrados (com o Parlamento) há 20 anos. Fizemos 137 relatórios para CPIs. Participamos de todas elas. Participamos de todas as grandes operações no país, desde aquela que resultou em ataques violentos em São Paulo, em 2006, até, mais recentemente, a Zelotes e Greenfield (que investigam esquemas de corrupção no governo do PT)” – disse Ferreira.

Na semana passada, ao fazer a cobrança ao Coaf, o ministro da transição ignorou que, entre os principais documentos do início das investigações do mensalão, está justamente um relatório do Coaf sobre movimentação financeira de alguns personagens do escândalo.

HISTÓRICO DO ÓRGÃO – Quando confrontado com as críticas de Lorenzoni, Ferreira disse, inicialmente, que não faria reparos às declarações do futuro ministro. Mas, em seguida, traçou um histórico do Coaf – para refrescar a memória dos auxiliares de Bolsonaro e de seus apoiadores nas redes sociais – mostrar que a instituição atua de forma sistemática e independente há duas décadas. Ou seja, o relatório sobre ex-assessor de Flávio Bolsonaro não é ato isolado e nem está fora do padrão de atuação do órgão de inteligência financeira.

“Temos feito o nosso trabalho, mas há espaço para melhorar. Essa tem sido nossa bandeira desde o mensalão” – disse Ferreira.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *