Primeiro delator da Lava-Jato, Paulo Roberto Costa deverá ser preso de novo

Paulo Roberto Costa omitiu informações e será preso de novo

Dimitrius Dantas
O Globo

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pode perder seu acordo de colaboração premiada após a deflagração da 57ª fase da Operação Lava-Jato nesta quarta-feira, batizada de Sem Limites. Costa teria omitido em sua delação o esquema investigado na fase desta quarta-feira que apura o pagamento de US$ 31 milhões de propina para funcionários da Petrobras entre 2009 e 2014, sobretudo na área de compra e venda de petróleo e derivados.

De acordo com as investigações, as vantagens indevidas eram pagas a funcionários da gerência executiva de Marketing e Comercialização da Petrobras, e subordinada à diretoria de Abastecimento, comandada por Paulo Roberto Costa. As operações eram feitas no escritório da Petrobras em Houston, nos Estados Unidos, e no centro de operações do Rio de Janeiro.

SOB SUSPEITA – Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, da força-tarefa da Lava-Jato, caso seja comprovado que Paulo Roberto Costa tenha omitido propositalmente o esquema, ele poderá perder os benefícios que firmou com o MPF.

– Eventualmente, se caracterizada omissão dolosa em relação a esse ponto, ele perde os benefícios do acordo. Isso será apurado, aprofundadas as investigações, e as medidas necessárias serão adotadas – disse o procurador.

PRECEDENTE – Em 2017, os procuradores já haviam pedido ao então juiz responsável pelo caso, Sergio Moro, a suspensão do acordo com Paulo Roberto Costa em razão de contradições e omissões por parte de Paulo Roberto Costa e de sua filha, Arianna, em um dos processos da Lava-Jato que investigou a tentativa de ocultação de provas após parentes do ex-diretor da Petrobras terem sido filmados por câmeras de seguranças retirando documentos da empresa de Costa em março de 2014, horas antes dos investigadores da Lava-Jato cumprirem mandado de busca e apreensão no local.

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