Roberto Castello Branco será o novo presidente da Petrobras

Castello Branco já trabalhou na Petrobras em 2015 e 2016

Débora Sögur Hous
Bernardo Caram
Folha

O economista Roberto Castello Branco foi convidado pela equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para presidir a Petrobras. A informação sobre o convite foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada na manhã desta segunda-feira, dia 19, pela assessoria de imprensa do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Em nota, Guedes informa que recomendou a Bolsonaro a indicação de Castello Branco, que aceitou o convite.O atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, permanece no comando da estatal até  a nomeação do novo presidente.

Roberto da Cunha Castello Branco é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem pós-doutorado pela Universidade de Chicago e é ex-diretor do Banco Central e da Vale. Foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff para ser membro do conselho administrativo da Petrobras, onde atuou em 2015 e 2016. Em junho de 2016, após o afastamento de Dilma Rousseff do Planalto, Roberto Castello Branco saiu do conselho da Petrobras.

PRIVATIZAÇÃO – Naquele mês, o economista disse à agência Reuters que a intervenção do Estado na petroleira abriu caminho para a ineficiência e para a corrupção. Ele declarou que uma solução seria a privatização, mas que o país não estaria preparado para esse debate. Defendeu, então, que a empresa buscasse mais transparência na administração e rejeitasse o modelo de regime de partilha na exploração do pré-sal. No fim de outubro, a Folha informou que Castello Branco era o mais cotado para assumir a presidência da Petrobras.

A definição do nome chegou a ter uma disputa entre autoridades do futuro governo. Enquanto Guedes defendia a indicação de Castello Branco, o vice-presidente eleito, General Hamilton Mourão, demonstrava preferência por um nome da área militar no comando da estatal. Castello Branco é amigo de Paulo Guedes desde a década de 1980, quando Guedes presidiu o Ibmec, rede ensino que ele fundou.

BANCO DO BRASIL –  Já o atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, foi sondado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, para presidir o Banco do Brasil no governo de Jair Bolsonaro. Segundo interlocutores de Guedes, Monteiro manifestou grande interesse em aceitar o convite, mas ainda precisa consultar familiares. A indicação também tem de passar pelo crivo do presidente eleito.

Em conversas anteriores com Paulo Guedes, Ivan Monteiro disse que considerava sua missão concluída na estatal, de fazer uma reestruturação financeira da empresa, e que, agora, ela precisa de alguém que entenda o lado estratégico do setor de óleo e gás, que não seria o seu caso. Monteiro chegou a ser avaliado como possibilidade para permanecer no comando da Petrobras por alguns assessores de Bolsonaro, mas desde o final da eleição o nome de Castello Branco era cogitado por Paulo Guedes.

“SONHO” – Ivan Monteiro é da carreira do Banco do Brasil. Antes de ir para a Petrobras, ele comandava a área de Finanças do BB. Seu pai trabalhou no banco. Ele nunca escondeu que seu sonho sempre foi o de, um dia, presidir a instituição. Mas, nas conversas com Paulo Guedes, pediu para consultar sua família, que foi um pouco sacrificada durante o período em que se transferiu para a Petrobras.

Nesta semana, pode ser definido também o nome do futuro ministro de Minas e Energia. O ex-secretário-executivo da pasta, Paulo Pedrosa, é um dos nomes cotados para assumir o posto. Técnico, ele tem o apoio do setor de mineração. Outro cotado é o de Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, especialista no setor de energia.

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