Confiança dos brasileiros cai 20% e evidencia a importância de ser honesto

Resultado de imagem para honestidade desenhoPedro do Coutto

Reportagem de Silvia Colombo, edição de ontem da Folha de São Paulo, destaca a importância de pesquisa realizada pelo Barômetro Latino, que registrou nos últimos anos uma queda de 20% da confiança nos governos e satisfação da sociedade com suas condições de vida. O período em confronto é de 2010 aos dias de hoje.

A professora chilena Marta Lagos, diretora do Barômetro Latino, considera a queda bastante elevada e acentua que esse foi um dos motivos principais que explicam a eleição de Jair Bolsonaro por longa margem de votos. O impulso de mudar o panorama principalmente contra a corrupção acionou a grande maioria do eleitorado nas urnas.

OSCAR WILDE – O título desta matéria, a necessidade de ser honesto, inspirou-se no título de peça teatral de Oscar Wilde, escrita na segunda metade do século XIX cujo título era A importância de ser Hernesto, colocando um toque de humor na homofonia de Hernesto e honesto (lingua inglesa). Mas a meu ver retrata bem a realidade brasileira que revela não confiar nos governos. Motivos não faltam e por isso a sensação de esperança com a chegada de Jair Bolsonaro ao Planalto.

Para a pesquisadora Marta Lagos, Bolsonaro é, ao mesmo tempo, causa e consequência de um processo que colocou parte da sociedade brasileira numa posição de medo e a necessidade de encontrar uma proteção.

VIOLÊNCIA – Essa sensação decorre também, acentuo eu, de uma exposição bastante alta à violência urbana que tomou conta das comunidades e da população em geral.

De fato a corrupção contaminou praticamente todos os setores de atividade do Brasil. Paradoxalmente de uns tempos para cá a honestidade passou a se tornar um defeito e a malandragem no sentido de esperteza, uma qualidade.

Eis aí uma síntese do que se passa nos órgãos dirigentes da administração brasileira. Coloco aqui uma piada sombria, mas capaz de retratar uma verdade. “Alguém indica um homem ou uma mulher para um cargo de direção. Os assessores de sempre, entre eles os aspones, falam em tom baixo para o dirigente: “O senhor vai escalar um homem ou uma mulher para um cargo de confiança? Pense melhor: eles são honestos? Vão atrapalhar todo o nosso jogo”.

TENTÁCULOS – O que fazer diante de tal circunstância que como um polvo estendeu seus tentáculos unindo empresários, políticos e administradores?

É profundamente necessária uma mudança nessa rede de conceitos. A competência importa pouco. Importa muito são os contratos que geram comissões e vantagens financeiras aos contratantes.

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