Em 22 de outubro de 1962, o confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética colocou o mundo à beira de um conflito nuclear
Em outubro de 1962, o confronto entre os Estados Unidos e a União Soviética colocou o mundo à beira de um conflito nuclear. Afinal, aviões americanos descobriram mísseis soviéticos instalados em Cuba, que teriam alcance o suficiente para atingir os Estados Unidos.
No dia 16 de outubro, Kennedy convocou então o Comitê Executivo do Conselho de Segurança Nacional, ou “Ex-Comm”, formado por 14 integrantes do primeiro escalão do governo e coordenado por seu irmão, Robert. Eles pensaram em três linhas de ação: bloqueio naval da ilha, ataques aéreos às bases de mísseis ou invasão em larga escala de Cuba.
O presidente americano resolveu manter a descoberta dos mísseis em segredo. No dia seguinte, outro voo flagrou novos mísseis soviéticos, desta vez de longo alcance, em Cuba, armas que seriam capazes de atingir praticamente qualquer ponto nos Estados Unidos.
No dia 18, Andrei Gromyko, o então ministro das Relações Exteriores da URSS, foi a Casa Branca (a reunião tinha sido marcada antes da descoberta dos mísseis). Enquanto Gromyko, que sabia dos mísseis, garantiu que as cargas entregues à ilha só serviam para “ajudar na capacidade de defesa de Cuba e no desenvolvimento de sua pacífica democracia”, Kennedy não confrontou o visitante. Depois de fingir que não sabia de nada, ele repetiu que não aceitaria a instalação de bases de ataque no país vizinho.
Finalmente, no dia 22, em discurso, transmitido em rede nacional de rádio e televisão, Kennedy anunciou a presença das armas nucleares em Cuba e lançou a ideia do bloqueio naval. Em Moscou, Nikita Khrushchov recebia uma cópia antecipada do discurso.
A crise de Cuba entrou para a história como a maior demonstração de força da administração Kennedy. Na época, a irritação não era só dos americanos, afinal outros países ocidentais também interpretaram os mísseis soviéticos como uma provocação bélica da antiga União Soviética.
Fontes:
DW-1962: Ultimato de Kennedy na crise dos mísseis de Cuba
Veja-Treze dias de angústia