Bolsonaro e Haddad esquentam o clima na volta da campanha pelo rádio e TV

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Charge do Duke (dukechargista.com.br)

Daniela Lima
Folha/Painel

Em busca de um nocaute, Jair Bolsonaro (PSL) não vai dar refresco a Fernando Haddad (PT) na propaganda que está levando ao rádio. Todas as inserções do deputado têm pesadas críticas ao rival, a Lula e ao PT. Em uma das peças, o locutor diz que o Brasil tem dois caminhos, a direita e a esquerda, a quem acusa de querer liberar a maconha e o aborto – plataformas que Haddad não abraça. A Lava Jato é amplamente explorada, assim como as visitas do adversário ao ex-presidente que está preso em Curitiba.

Uma das peças produzidas pela campanha de Bolsonaro diz que “o primeiro ato de Haddad no segundo turno foi consultar seu chefe, condenado e preso por corrupção”. “Mas ficou feio, tão feio que o próprio presidiário mandou ele não ir mais.”

INDISSOCIÁVEL – A maioria dos spots tenta fazer uma vacina à estratégia do PT de desvincular Haddad do partido para transformá-lo no porta-voz de uma frente democrática. A propaganda de Bolsonaro martela: “Haddad é o PT, e o Brasil não quer mais isso”.

O descaminho econômico do governo Dilma Rousseff também é explorado pela campanha de Bolsonaro. Uma propaganda diz que o governo do PT segurou preços na marra e quebrou o país. Outra chama Dilma de “o primeiro poste de Lula” e trata Haddad como o segundo.

PT CONTRA-ATACA – A campanha do PT, por sua vez, ao menos no rádio, está atacado o fato de Bolsonaro cogitar não ir a debates mesmo após uma liberação médica. “Haddad está pronto. Por que Bolsonaro foge dos debates? O que ele tem a esconder?”, indaga o locutor.

Em outro spot, Haddad combate notícias falsas espalhadas por apoiadores do candidato do PSL. “Meu adversário não para de espalhar mentiras. Inventou até que eu teria mandado distribuir para crianças um material com imoralidades, tentando me atingir”, diz o petista.

Haddad usa sua profissão e seu histórico de vida para dar explicações ao eleitor. “Logo eu que sou um professor, neto de líder religioso e casado há 30 anos”, afirma, para então atacar: “Ele mente para esconder a verdade. A verdade é que ele não tem projetos para melhorar a sua vida”.

COM BARBOSA –  Ao menos quatro pessoas participaram do encontro entre Haddad e Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo. O clima, segundo relatos, era de apreensão. Um dos presentes disse que uma vitória de Bolsonaro não significava só a volta dos militares, mas a ascensão de milicianos.

O ministro aposentado do STF afirmou que, se decidir fazer um gesto público de apoio ao petista neste segundo turno, defenderá projetos e um governo pluripartidário, e não hegemonicamente do PT.

AGRESSÕES – Um grupo de advogados que apoia a candidatura petista vai criar nesta semana o que tem sido chamado de observatório nacional da violência e intolerância política. A ideia é abrir um canal para registros de relatos de agressões e ameaças para ingressar com ações criminais contra os autores.

O gabinete do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também está catalogando e checando relatos de agressões. Ele diz que deixará a documentação como legado para a Comissão de Direitos Humanos. “Espero que não seja a nossa pré-lista de Schindler”, disse o parlamentar, que é adversário dos Bolsonaro.

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